sexta-feira, 31 de outubro de 2008

LO DIA DE HABLARSE PORTUÑOL, UNA HISTORITA Y LOS 3 AMIGOS!

31 de octubro es lo Dia de hablarse portuñol; y es por esso que todas las postarrens de mi blog de hoy serán nesta lengua tán hablada por acá. Por exemplo, yo no sé se todos ustedes yá escucharan Los Pirata, una das primeras bandas a tocar su repertorio en portuñol. Pos deberían...

También no clima deste grande dia, me recuerdo de una historia sensacional y real, ocorrida con un cinegrafista de una grandiosa emissora de televisión brasileña. Tudo aconteció quando ele fez suya primera viagem internacional, indo para Argentina cobrir la Copa America.


Na hora que ele fez lo check-in del hotel, logo apués preencher su ficha, la recepcionista fez una carita muy estraña, llamando el chefe dela. E el chefe también no lo entendeu nada, y llamou el repórter que acompanhava lo cinegrafista. "Por favor, señor, explique-me o que ele quis dicer com esto!", dice lo gerente de lo estabelecimiento, cuase rindo.


Claro que voy substituir los dados personales con nomes fantasiosos, pero la ficha del sujeto dicia:


"Nombre: Cesar Luis

Apellido: Tatuzinho

Firma: Rede XXX

Fecha: Non fecha! Es una emissora de TV!"


Explica-se la confusión: en portugués, "nombre" és "sobrenome"; "apellido" és "nome"; firma és "assinatura"; e "fecha" es "data". E sí, esso és veridico! Pano rapidito...


Pero guardei el mejor por ultimo: Los 3 Amigos. Esta és la más espetacular celebración del portuñol que yá vi. Cria de los quatro grandes cartunistas brasileños Angeli, Adão, Laerte y Glauco, a tirita los retrata como quatro mariachis que viven aventuras muy divertidas...



Vale mucho la pena visitar este sitio para ler tiritas como esta. De un pulito lá, lea e saia hablando el portuñol nesta sexta...


P.S.: Por favor, para comentar los posts de hoy utilizem también esta incrivel lingua inventada por nosotros. Arriba, muchachos y muchachas!

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

VITAMINA



Assuntos saborosos, misturados no mesmo post. Ah, vocês já sabem...


A TELEVISÃO NA RODA

A partir da semana que vem, acontece no Rio, São Paulo, Salvador e Belém o Festival Internacional de Televisão 2008. O evento tem pilotos de programas e debates bem promissores... e gratuitos! O que deve bombar mais é o do dia 5 de novembro, cujo tema é "Linguagem e experimentação - Transgressão e renovação: as novas formas de humor na TV brasileira", que terá a participação de Marcelo Tas (do CQC) e Marcelo Adnet (do Cinco Minutos da MTV) na mesa. Confiram a programação e, se curtirem, corram pra se inscrever pros debates, que têm vagas limitadas...



BEATLES NO VIDEOGAME

Quer dizer então que Paul, John, George e Ringo e seu magnífico repertório vão virar game, e no estilo Rock Band? Sensacional.

O mais bacana é que a idéia não é ser uma expansão do Rock Band tradicional, mas sim um jogo novo, que contará um pouco da história da banda. Melhor ainda. Um jeito ainda mais caprichado seria refazer a trajetória do grupo desde o comecinho, com a fase pré-fenômeno - mostrada no ótimo filme "Backbeat".

Seja como for, já começo a pensar no kit de "instrumentos" que acompanhará o game: baixo/violino de Paul, a bateria com pele da Ludwig e o clássico logo dos Beatles... Óbvio que vai ser sucesso de vendas.

Pegando carona no assunto, sai amanhã nos Estados Unidos o controle para Guitar Hero/Rock Band no formato do inconfundível baixo em formato de machado de Gene Simmons, do Kiss. Vejam se não ficou perfeito:






MACACOS!

Todos sabem que a Dunny é a melhor série de toy art já lançada - bom, pelo menos é o que eu acho. Só que, graças ao ótimo Super Punch, descobri uma outra série com potencial para fazer frente aos coelhos: Monksey.





A Monskey não chega a ser lançamento, pois está em sua série 2,5. Lá fora sai a US$6 a unidade, segundo o site da coleção, da qual você também pode se tornar designer: é só baixar o PDF com o modelo do boneco, desenhar o seu próprio Monskey e enviar sua miniatura. Se der sorte, o bonequinho pode sair do papel...


CAMPEONATO BRASILEIRO: QUEM É QUE SOBE?

Grêmio, São Paulo, Cruzeiro, Palmeiras e Flamengo: a seis rodadas do fim, todo mundo continua juntinho. Juro: se campeonato de pontos corridos fosse sempre assim, até que não seria tão mal. E o Fla perdeu a chance de se embolar ainda mais no pelotão da frente, graças à demora de Toró no primeiro tempo e a grosseria de Léo Moura no segundo. Ganhou um ponto não: perdeu dois. Tsc...


"GOSSIP GIRL" VERSÃO FANTOCHE

Hoje, mais do que nunca, os sites gringos ou falam do Obama ou de zumbis e Halloween, mas mesmo assim consegui garimpar no um lance bobinho porém curioso pra quem gosta de "Gossip Girl": uma versão fantoche do seriado:


(Via Low Resolution)

Detalhe para as sobrancelhas evil do Chuck. Aliás, acho que, para toda uma geração que acompanha a série, o ator Ed Westwick jamais vai conseguir ser levado a sério em outro papel...


OBSESSÃO MUSICAL

Eu já falei de "No Surprises" (e de seu claustrofóbico clipe) aqui no blog. Pois dia sim, dia sim eu escuto a versão que os Easy Dub All Stars (com o reforço dos Meditators) fizeram para o clássico deprê do Radiohead. Ouçam e entendam o motivo:





Não, não supera a original; mas é excelente e de uma tremenda coragem, pois leva a canção pra bem longe de seu habitat natural. Nem sei se Thom Yorke curtiu, mas no lugar dele eu ficaria lisonjeado.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

DIA NACIONAL DO LIVRO

Semana de grandes comemorações para quem ama datas. Ontem foi o Dia do Flamenguista - sim, está no calendário oficial do município do Rio -, mas como todo bom rubro-negro sei que, na verdade, esse dia acontece 364 vezes por ano...

Paixão clubística à parte, hoje o feriado homenageia o livro. E sou mais um dos que ficam indignados a ver a falta de estímulo à leitura - algo que me irrita tanto quanto aqueles de discurso retrógrado de que videogame, computador, TV etc. desestimulam o hábito de ler. Besteirada, e eu mesmo sou prova disso. Se te põem livros ao seu alcance desde a infância, você vai acabar lendo. E quem diz que não gosta de ler também está falando besteira. Pra mim, não é que você não goste: é que ainda não achou o tipo de leitura que te agrada. E penso exatamente do mesmo jeito com música, cinema e séries de TV.

Desde moleque eu leio. Livros, quadrinhos, bulas, composições químicas de comida encaixotada e enlatada. E pra comemorar o Dia Nacional do Livro, levanto a bola entre os leitores do Rodando: o que vocês andam lendo de interessante?

O meu livro do momento - quer dizer, o "principal", já que sempre leio mais de um ao mesmo tempo - é um achado. Outro dia fui à Livraria da Travessa daqui do Barrashopping e decidi que sairia de lá com um livro, confiando inicialmente no meu instinto e na sugestão de um professor da faculdade para fazer minha escolha. Uma vez esse tal professor disse que tinha um carinho especial pelos títulos das obras, pois muitas vezes antecipam o bom gosto do escritor, dando assim uma boa dica sobre o que esperar da história que batiza. Resolvi ir na dele - de vez em quando faço isso - e, novamente, me dei bem.

O escolhido foi "Extremamente Alto & Incrivelmente Perto", de Jonathan Safran Foer. A obra conta a história de Oskar, um menino de Nova York extremamente inteligente que acaba de perder o pai, ao qual era muito ligado. Uma das brincadeiras favoritas dos dois era a de explorar o Central Park, procurando mistérios imaginários. E um belo dia, Oskar encontra no closet do pai uma chave e uma única pista sobre sua fechadura: no verso do envelope em que se encontrava, a palavra "black" ("negro"). E lá se vai o menino em sua nova odisséia - desta vez, sozinho.

Ainda estou no comecinho, mas já estou encantado pelo garoto. Irrequieto, imaginativo, inquisitivo, curioso ao extremo. Ele gosta de percussão, cosmologia, é apaixonado pela França, faz invenções e colecões de selos e moedas raras... e é solitário, algo melancólico e de uma inteligência assustadora, ainda que infantil. A narrativa de Foer é bem verossímil, fugindo de um sentimentalismo fácil e criando muito bem o imenso universo de um garoto esperto demais.

Agora, reforço a pergunta: qual(is) o(s) livro(s) que anda(m) frequentando as cabeceiras de vocês?

STAR WARS, SACANEADA E RESUMIDA

Menos é mais. Eu sempre acreditei nessa idéia, com raras exceções - por exemplo, as apresentações do Flaming Lips. Algumas séries de TV, no afã de conquistar novos espectadores, resolveram condensar suas histórias em clipes de poucos minutos. "Lost" já foi nessa, assim como "Prison Break" e "Desperate Housewives".

Tal poder de síntese contemplou a saga de Star Wars - claro, sempre ela. Entre uma piadinha e outra, "Star Wars Cantina", ótima paródia de Richard Cheese em cima do clássico kitsch "Copacabana", de Barry Manillow, conta vários acontecimentos de "Uma Nova Esperança" e "O Império Contra-Ataca". Eu conhecia essa música há tempos, mas só agora descobri que um fã fez vídeo pra ela:





Pra quem não sabe inglês a tradução está aqui...

segunda-feira, 27 de outubro de 2008

"GARGANTA PROFUNDA": UM EM UM MILHÃO

Morreu hoje aos 80 anos o cineasta Gerard Damiano. Só pelo nome, pouca gente sabe quem é o cara, cuja partida foi amplamente noticiada pela imprensa mundial. Eu mesmo nem fazia idéia de quem era... até descobrir que ele foi o diretor do mais conhecido filme pornô da história: "Garganta Profunda" ("Deep Throat"), de 1972.

De 61 minutos de duração e US$25 mil de orçamento, "Garganta Profunda" - assinado por Damiano sob o pseudônimo de Jerry Gerard - não é um filme pornô como outro qualquer, a começar por seu enredo inusitado: uma mulher que não consegue atingir o orgasmo e que acaba descobrindo que seu clitóris se localiza em sua garganta. Bizarro? Pois virou cult e referência na cultura pop. Sabe aquele papo de estética porn-retrô de que falei outro dia por aqui? Pois sem dúvida tem um dedinho - oops - de "Garganta Profunda" nele.

Motivos não faltam para o filme ter conquistado tanta distinção. Além da curiosa trama, "Garganta Profunda" ganhou crítica do New York Times. No artigo, foi chamado de "porno chic" - o primeiro filme a ganhar o rótulo que passou a identificar os longas pornôs que, na época, tiveram exibição em prestigiadas salas de exibição nos Estados Unidos, despertando o aberto interesse da classe média pelo gênero. Anônimos e famosos como Jack Nicholson e Truman Capote viram o filme, gerando uma bilheteria de mais de uS$600 milhões no mundo todo e alçou a protagonista Linda Lovelace como uma estrela de cinema como qualquer outra da época.

Não foi só o filme que gerou interesse do público: os bastidores de "Garganta Profunda" também foram objeto da curiosidade alheia. O longa rendeu um documentário, "Inside Deep Throat" (2005), e a estrela Linda Lovelace - na verdade, Linda Boreman - teve quatro (!!!) biografias lançadas. Nas duas últimas, disse que foi obrigada pelo ex-marido, Chuck Traynor, a fazer o filme. Barra pesada...

Outra causa da popularidade de "Garganta Profunda" não tem nada a ver com cinema, e sim com política: o pseudônimo do informante do jornal Washington Post na investigação do caso Watergate, que derrubou o governo Nixon, era justamente... "Deep Throat".

Mais um exemplo que faz "Garganta Profunda" se diferenciar dos demais pornôs é que o longa teve até trilha sonora própria, lançada em vinil na época. Mais um dos vários méritos de Gerard Damiano, diretor que se se fez notável por seu interesse em pôr tramas nos filmes de um gênero cujo público não costuma se ligar tanto em histórias.

Ainda em vida, Damiano ganhou homenagem no ótimo "Boogie Nights", de 1997: foi ele a inspiração para Jack Horner, personagem vivido por Burt Reynolds no filme e que nada mais era do que um cineasta de longas eróticos que visava ser reconhecido artisticamente. Gerard Damiano conseguiu; e em homenagem a ele, lá vai. Clique sem medo, pois as cenas de ação foram cortadas. Totalmente safe for work:


AVALIAÇÃO TIM FESTIVAL 2008: O BOM, O RUIM E O QUE PODE MELHORAR

Depois de comentar sobre os shows que pude ver no Tim Festival, conforme prometido, agora falo de infra-estrutura. Como todo ano, tivemos coisas acertadíssimas e outras nem tanto; e dentre as ruins há as que podemos esperar que desapareçam no ano que vem e outras que, infelizmente nunca vão se alterar. Hora de separar umas das outras:


O QUE DEU CERTO:

- A venda antecipada - Isso deveria ser o mínimo, claro, mas quem aqui nunca enfrentou problemas de "queda no sistema" no caso de venda prévia de ingressos para um determinado evento? Eu, já; e por isso mesmo sei que é um saco. Porém, entra ano, sai ano, comprar ingressos para o Timfa continua sendo bem tranquilo. Enquanto isso, tem fã da Madonna até agora sem saber se conseguiu ou não garantir seu lugar com a antecedência devida...


- O posto avançado de troca de ingressos por pulseiras - Era você passar pela revista da segurança e ter seu ingresso escaneado pelo leitor dos bilheteiros para ser informado do posto em que você trocava seu ingresso pela pulseirinha de acesso ao seu palco. E o esquema era rápido, simples e prático. Que continue assim!


O QUE FOI BEM, MAS PODE MELHORAR:

- O sistema de transporte gratuito dos estacionamentos até o local do festival- O esquema vem acontecendo desde os tempos de Free Jazz, mas poderia ser melhorado. Por exemplo, ainda são poucos os locais de embarque. Por que não tentar fazer o translado saindo de outros pontos estratégicos da cidade, ou ao menos da zona sul e centro? Um dos locais de partida de antigamente era o estacionamento do Rio Sul- apenas um dos lugares que poderiam ser contemplados com a passagem das abençoadas vans...

Outro problema que pude encontrar é que os motoristas sequer fazem idéia do início dos shows nos palcos. Cheguei ontem a um dos pontos de vans às 21h10 - 20 minutos antes da hora prevista para o início do show do Neon Neon. Porém, ao tentar embarcar em uma van, fui avisado de que ela sairia apenas em 15 minutos. A sorte é que, logo após a notícia, veio um grupo de amigos que lotou o veículo, fazendo com que o motorista antecipasse sua partida. Se fosse o caso de escassez de vans no ponto de partida, tudo bem; mas o problema é que havia pelo menos outras duas estacionadas no local. Não pode ficar regulando transporte numa situação assim, certo?

Por fim, também fui testemunha de outra situação errada ao tentar regressar da Marina até o local em que estacionei meu carro: um segurança responsável pela organização da fila das vans ofereceu "prioridade de embarque" a mim e a meus amigos mediante um trocadinho. Óbvio que pode ser um caso isolado, mas a mim não pareceu não. Nunca tinha visto isso em vários anos de festival; portanto, todo cuidado é pouco...


O QUE FOI MAL E NÃO VAI MELHORAR:

- O preço abusivo dos comes e bebes - Reclamo porque sou insistente, mesmo sem saber que não vai dar em nada; mas pagar R$5 por um cachorro-quente ridículo e desembolsar R$5 por uma cerveja que nunca se sabe o quão gelada está é o fim da picada. É isso. Eu só quis dizer.


O QUE FOI MAL MAS PODE MELHORAR:

- A fila da venda de ingressos - Alguns amigos me contaram que, ao decidirem ir a um show na última hora, perderam o maior tempo na fila para aqueles que resolveram "ir por ir" ao TimFa - isto é, as pessoas que vão ao Festival para zanzar/azarar/beber/fazer tudo menos ver show. E a solução é simples: que tal uma bilheteria única para os que pretendem apenas ter acesso às áreas comuns do Festival?


- A polêmica indenização aos que compraram ingressos para shows cancelados - O lance é o seguinte: você compra o ingresso de um show a um preço X, enquanto seu amigo comprou o de outro a 2X. Só que a banda que você ia ver cancelou sua vinda ao festival, e por isso você ganhou o direito de escolher um ingresso grátis para qualquer outro show - inclusive para aquele que custa 2X.

Temos aí uma polêmica: enquanto é muito válido e louvável que você seja ressarcido por gastar tempo+dinheiro ao comprar o ingresso de um show que não irá acontecer, também é esquisito que você tenha a "sorte" - aspas necessárias - de ganhar ingresso para um show para o qual outras pessoas pagaram bem mais caro. Aconteceu agora, e comigo: por ter comprado ingresso para o Gossip, ganhei o direito de escolher um extra, e acabei indo ao Kanye West - que saía mais caro do que o que paguei.

Não é estranho o que fizeram comigo, claro; mas é estranho não haver uma compensação aos que compraram para o Kanye. Soluções para minimizar essa situação esquisita, alguém?

- O péssimo atendimento em alguns bares - Como se o preço abusivo de bebidas e comidas no Tim Festival já não fosse um problema considerável, a coisa agrava quando você passa por apertos incríveis para conseguir pegar uma mísera Coca-Cola. Para mim é claro e cristalino: não deveria bastar ter grana para um bar conseguir um espaço no evento, mas também seria preciso mostrar condições de atender uma turba sedenta e faminta decentemente. Na noite de sexta-feira, pude constatar que pelo menos um dos estabelecimentos - o Caroline Café - não tinha condições de atender bem seus fregueses: para se conseguir qualquer coisa do bar, as pessoas se acotovelavam no balcão, que mais parecia o epicentro de um pregão da bolsa de valores em seu momento mais crítico. Para o alívio dos comerciantes, o caráter do evento é pacífico, e não houve maiores transtornos; mesmo assim, posso dizer que o ambiente era muito propício para um desentendimento maior...

* * *

Se alguém tem algo a acrescentar a tudo o que eu disse - inclusive pessoas que foram às edições do Tim realizadas noutros estados -, que capriche nos comentários. E só para não terminar o post no clima de bronca total, um bônus track sobre um dos assuntos maaaais falados do evento: Har Mar Superstar. Esbarrei com ele ao me dirigir à apresentação do Dan Deacon, e ele topou tirar uma foto na maior simpatia. Taí:




Bacana, hein? Taí outra coisa que não pode mudar no Tim: a chance de podermos tirar uma foto com lendas do rock...

domingo, 26 de outubro de 2008

TIM FESTIVAL 2008, RIO DE JANEIRO, SÁBADO: NEON NEON, KLAXONS E O REI MOMO DA NU-RAVE

Muitas das críticas ao Tim Festival 2008 - antes mesmo de o evento começar - foram por conta do cancelamento do show do Gossip, liderado pela polêmica e carismática vocalista Beth Ditto. Só que o público do festival descobriu um substituto à altura de Beth: a exemplo dela, ele também tem vários quilos acima do peso, se mexe sem parar no palco, curte se apresentar vestindo apenas roupas íntimas e dá conta do recado com o microfone na mão. Ele é Har Mar Superstar.

Acostume-se com esse nome, pois ele irá aparecer em alguns momentos de minha narrativa sobre a noite deste sábado, a derradeira da edição 2008 do Timfa. Antes de falar da figura, é bom mesmo começar do início, falando de Neon Neon, projeto musical de Gruff Rhys, vocal do Super Furry Animals, e do produtor americano Boom Bip. Escalado para abrir a noite do palco Novas Raves, o Neon Neon mostrou as músicas de seu primeiro disco, "Stainless Style", e seu pop eletrônico cheio de sintetizadores e de melodias cantadas por Rhys e pela charmosa baixista Cate Le Bon - que, inclusive, chegou a tocar aquele "teclado-guitarra" tão famoso nos anos 80. Retrô cool.



Cliquem nas imagens para ampliá-las...


A maior parte do público - que não era nada numeroso, diga-se - estava lá para ver os Klaxons mas o Neon Neon mostrou que também tem seus fãs cariocas, que vibraram com "I Told Her on Alderaan" e "I Lust U", música mais famosa do duo/banda. Não era só o som que estava agradando: as projeções de estética oitentista no telão estavam ótimas - destaque para as imagens de Michael Douglas durante a música que leva seu nome - e a simpatia da banda também cativou. Falando em gentileza, um divertido mistério: entre uma música e outra, alguém nos bastidores gritava frases em português carregado de sotaque gringo. Coisas do tipo "Eee aah-eeeeeh, beh-leh-zahhhh?". E lá pelas tantas o dono da tal voz foi convidado a entrar no palco, anunciado como o "próximo presidente americano". Ponto pra quem disse que o sujeito era o tal Har Mar Superstar.



Har Mar Superstar: o homem, o mito, a lenda


A partir daí os presentes encontraram mais um motivo - ótimo, por sinal - para não desgrudarem os olhos do palco. Também, como não prestar atenção ao personagem que é Superstar? Gorducho, branquelo, do tipo "careca cabeludo", ele chegou usando uma espécie de poá amarelo e cheio de lantejoulas, combinando com suas luvas de mesma cor, e ainda por cima estava com a calça caindo na metade da bunda, revelando uma cueca esdrúxula. Muitos dizem que ele é a cara do Ron Jeremy, aquele ator pornô, mas ele se parece mesmo é com Zed, personagem de Bobcat Goldwaith na clássica série "Loucademia de Polícia". Né? Ah, e um detalhe: ele já tinha aparecido na noite anterior: foi no show do MGMT, cantando em falsete em "Electric Feel" e arriscando seus passinhos tronchos também. Esqueci de contar...

Magnético é o adjetivo perfeito para descrever o cara, que é uma espécie de membro honorário do Neon Neon, excursionando com eles e cantando em boa parte das canções. Har Mar Superstar só fez melhorar o show, mesmo que ofuscando quase que totalmente o resto da banda na maior parte do tempo, com suas danças hilárias, chegando até mesmo a cantar plantando bananeira! Nem precisava, mas foi um belo reforço ao que já estava bom.

As músicas boas, a banda de gente fina e a presença de palco me deram a certeza de que muita gente ali presente que não conhecia o Neon Neon agora vai correr atrás da banda na internet... e procurar saber também quem era aquele comédia cantando com eles.





Em seguida, a grande atração da noite, o Klaxons. Pelo sorriso nos rostos de seus integrantes, a banda nem parecia estar prestes a tocar pela 2398572ª vez o repertório de "Myths of the Near Future", seu único disco, lançado no ano passado. O show não deve ter agradado totalmente aos que esperam músicas em arranjos diferentes dos usados nas gravações, pois tudo soa muito igual ao disco - por exemplo o casamento das vozes do baixista, Jamie Reynolds, e do tecladista, James Righton; mas se eles não inovaram no formato de suas canções, empolgaram por sua animação e empatia com a platéia.



Reynolds e Righton: vozes como no disco


Era evidente que os músicos estavam de fato gostando de estar ali, e banda e platéia - em boa parte composta por uma garotada de não mais do que 20 anos - jogaram juntos em diversos momentos, especialmente nos hits "Atlantis to Interzone" (logo a segunda do show) e "Gravity's Rainbow". Palmas e pulos de lá e de cá. Festa rock - quer dizer, nu-rave.



Vejam quem está no canto esquerdo do palco...


No bis, uma surpresa: para "Four Horseman of 2012", a banda ganha a participação de Rodrigo Gorky, do Bonde do Rolê (obrigado, Durante!) e de... de... Har Mar Superstar! E só de cueca! Novamente seu carisma roubou os olhares do público, fixado nas reboladas e nos saltos do sucessor de Beth Ditto. Mal sabe ela que o festival que era pra ser dela foi parar nas mãos de outro gorducho...

Acabou? Não. A noite prometia mais. Por contingências do destino, vi umas três músicas do Gogol Bordello, que não me fizeram mudar em nada minha opinião da banda: chata, palhaçuda, piadinha de uma nota só e autores de uma mistura que o Mano Negra já fez melhor e sem a caricatura de um grupo liderado por um cara que reúne em um só bobalhão o Roberto Benini, o Borat e o Fernando Muylaert, apresentador do intragável e idiota "Vida Loca Show", do Multishow. Muita gente gostou, mas eu passo com todo o prazer.

Longe dos Gipsy Kings anfetaminados, ainda pude ver os Junior Boys e sua misturinha legal de levadas rock e batidas eletrônicas; o DJ Yoda e suas ótimas mixagens misturando tudo, mas tudo mesmo - especialmente temas clássicos do cinema, como o de "Guerra nas Estrelas" e "Indiana Jones", também representados com cenas dos filmes no telão; e o porra-louca que é Dan Deacon.



Deacon e seus brinquedinhos



Misto de DJ e animador de festas, Deacon botou o público para participar do que pareciam ser mini-provas de uma gincana do ácido. Algo do tipo: "Façam um círculo imenso. Quando eu soltar o som,, e esse sujeito aqui vai correr por dentro dele, batendo nas mãos de vocês; e, quando quiser, vai puxar outra pessoa para correr com ele. Depois, ele e essa pessoa pegarão mais duas, e assim adiante". A altíssima trilha sonora era uma porrada gerada por um iPod shuffle + o som do microfone de Deacon processado por diversos pedais de guitarra. Difícil explicar, mas duvido de que os que estavam lá consigam esquecer tão cedo as Olimpíadas deaconianas. Até quadrilha de festa junina teve - claro, sem anarriê...

Infelizmente não fiz vídeo de Deacon, mas trago outros três! Na ordem, Neon Neon com "I Luv U", Klaxons com "Atlantis to Interzone" e o já citado bis da banda com Har Mar Superstar e sua performance em "Four Horseman of 2012". Sintam o clima:









Amanhã volto a falar de Tim Festival aqui no blog, mas da organização do evento. Assunto apropriadíssimo para uma segunda-feira...

sábado, 25 de outubro de 2008

TIM FESTIVAL 2008, RIO DE JANEIRO, SEXTA-FEIRA: KANYE E MGMT BEM NA FITA

Antes de falar dos shows, uma introdução que pode se repetir quando eu comentar o Tim Festival em 2009, 2010, 2011... É que é quase a mesma coisa todo ano - e tudo começa com um trânsito ruim de doer. Se a sexta-feira do tráfego carioca já é algo normalmente complicado a partir das 17h, quando a sexta é de Timfa então... Mas tudo bem. Desde o momento em que a gente pensa em comprar ingresso pro evento isso já tá na conta - e, afinal, não é algo que se pode culpar a organização do festival, né?

O problema é que não avisaram ninguém de que aquele "21h30" impresso no ingresso do Kanye West seria, na verdade, 22h30. Com uma hora de atraso, o rapper pisou no palco completamente sozinho, e por lá ficaria cerca de duas horas. Quer dizer, Kanye é o único ser vivo no palco e mesmo assim divide as atenções. Tudo graças ao espetacular show de luz, efeitos e som de seu espetáculo, a ópera-rap "Glow in the Dark".



(Cliquem nas fotos para ampliá-las)


Em termos audiovisuais, a historinha de um humano perdido no espaço de "Glow in the Dark" é bem contada. Tem um computador-mulher (!), Jane, trocando umas idéias com Kanye - e o chamando de "maior estrela do universo", telão que "explode" com pisões dele no chão, belas projeções com planetas, estrelas e o cosmos... Um show para olhos e ouvidos - um pouco mais para os olhos, sinceramente.





Mesmo com tudo bem-feitinho, algo me incomodava: o show de Kanye é tão teatralizado e os efeitos são tão bárbaros que, de vez em quando, me sentia como em uma atração da Disneylândia. Já se sabe que exageros e hip-hop são inseparáveis, mas quando ele contracenou com um dinossauro (!!!) no palco, que representava um planeta inóspito e desconhecido, bem... Me constrangeu um tiquinho. Algo do nível do Eddie, aquele monstrengo que sobre no palco do Iron Maiden, sabem? Desnecessário.





Em meio à iluminação estonteante, ao teatrinho, ao telão de imagens espetacularmente espaciais havia Kanye e sua música. E é preciso tirar o chapéu para a manha do cara. Ele se garante ali, sozinho, por quase 120 minutos diante de milhares de pessoas. O som não estava excelente, mas bom - sobretudo os graves, que fizeram literalmente tremer o chão - e o rapper dá conta do recado, mesmo se apresentando para uma platéia que, evidentemente, não era a dele. Tinha de tudo ali: patricinhas e mauricinhos que só estavam ali pra azarar, gente que só conhecia uma música de Kanye, descolados tentando entender o porquê de aquele astronauta ser um dos nomes mais respeitados do hip-hop... e blogueiros que não são exatamente loucos por rap mas que se renderam à competência do astronauta rimador - nesse caso, eu. Mas...







Mas o lance é que, de alguma forma, tudo aquilo me cansou um tiquinho. Atrações da Disney não costumam passam de dez minutos no máximo de duração; e ainda havia o atraso, e The National e MGMT marcados para às 22h30 noutro palco. Para não perder o duo - àquela altura já tinha topado em deixar o The National de lado em troca da megaprodução de Kanye -, resolvi sair do show faltando uns 10, 15 minutos para o seu fim. Felizmente deu tempo de ouvir algumas do único disco dele que conheço para valer, "Graduation", como "Good Morning", "Champion", "I Wonder", "Can't Tell Me Nothing"... e seu sucesso-mor da vez, "Stronger" - aquela, do sampler de "Harder Better Faster Stronger", do Daft Punk.

Foi legal me despedir do sujeito o vendo envolvido pela incrível luz púrpura do telão, mas o medo de perder o MGMT era tanto que nem esperei o fim da música. E dava tempo sossegado de tê-la visto até o fim. Arrependimento #1. O #2 eu só ficaria sabendo beeeeeem mais tarde, quando me contaram que ele cantou "American Boy", música de Estelle do qual ele participou, e minha candidata à canção do ano. Chato, mas nada que me tire o sono - até porque se o show estivesse megaultrablasterfenomenal, óbvio que não teria arredado o pé. Os apreciadores/experts do gênero devem ter cravado uma nota 9. Eu dou um 8, e a média de 8,5 está justa.


Como disse acima, dava tempo de ter ficado para "Stronger". Aliás, poderia ter visto todo o show de Kanye, já que consegui pegar duas músicas do The National e ainda esperei cerca de uma hora pela arrumação de palco do MGMT. Não me sinto em condições de julgar o National, mas o parecer de amigos e conhecidos que assistiram ao show foi positivo. Já o MGMT eu consegui ver de um lugar privilegiado e da primeira a última música. E o saldo foi bom, apesar dos pesares...





Que pesares? Nada pequenos: um mau contato horroroso nas três primeiras músicas e que, por pelo menos duas outras, emudeceu a coluna de som à direita de quem está de frente para o palco. Muito, muito feio acontecer isso num Tim Festival; e em todos esses anos em que fui ao evento, foi a primeira vez que vi isso. Tsc. Sorte que nem era com Ben Goldwasser e Andrew VanWyngarden. Longe de exibirem o espalhafato de cores e adereços que já usaram em clipes e noutros shows, a dupla e seus comparsas de palco fizeram o seu, e fizeram bem.

Discretos e quase tímidos, Goldwasser e VanWyndgarden tocaram basicamente o repertório de seu disco, o ótimo "Oracular Spetacular" - mais algumas poucas inéditas, creio -, e administraram seu set list com esperteza. Aproveitaram as boas vindas do público pra tocar as mais, digamos, calmas ("Pieces of What" e "Weekend Wars", por exemplo) no início do show, salpicaram o meio com outras um pouquinho mais animadas ("Electric Feel", primeira a agitar o público para valer)... Presente e freqüente como no disco, a voz andrógina e recheada de reverbs e delays de VanWyndgarden, fazendo "The Youth" soar como no álbum; e, de certa forma surpreendente, um certo clima pseudo-jam, remetendo ao progressivo sessentista. O melhor é que isso meio que afugentou quem estava ali só por curiosidade/para posar/azarar/dizer que viu um show e só. Ótimo!





A esvaziada me ajudou a ir ainda mais para a frente na reta final, em que o duo-convertido-em-banda saiu por cima com suas mais queridas, "Time to Pretend" e a dançante "Kids", que encerrou bem o show. Público satisfeito, pois teve exatamente o que buscava; e se Goldwasser e VanWyngarden não superaram expectativas, ao menos mostraram que o MGMT mereceu sua escalação para o Tim. Pensando bem, até que seria uma boa idéia um repeteco deles no lugar do Gossip...

E para vocês que chegaram até aqui, um presente prometido. Melhor: presentes! Abaixo, os vídeos de "Time to Pretend" e "Kids" NA ÍNTEGRA feitos por mim. Divirtam-se e não reparem nos tremores, pois estava no meio da galera:








Hoje ainda tem Neon Neon, Klaxons, DJs... e, ainda neste domingo, um novo post com relato, fotos e vídeos de tudo o que rolou no sábado do Tim. Não percam!

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

TIM FESTIVAL: PRÉVIA COM KANYE WEST E MGMT

Um belo fim de semana se descortina. A festa começou no Maracanã e, agora, se estende à Marina da Glória com a edição carioca do Tim Festival. Uhu!

Só para empolgar/aquecer, trago vídeos de MGMT e Kanye West, antecipando a noite desta sexta do Timfa - apelido carinhoso que dei ao evento. Primeiro, os malucos Ben Goldwassser e Andrew VanWyngarden com "Time to Pretend" no Leeds & Reading:





E para matar, gravado na noite de quarta-feira do Timfa de São Paulo, Kanye West e grandiloqüentes efeitos espaciais em "Stronger":



vídeo postado por guimarcondes


É claro que vou cobrir o festival pelo Rodando! Por isso, neste sábado prometo várias fotos no blog - se tudo der certo, alguns vídeos também. E pergunto: alguém aí vai hoje também?

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

FALTA DE TIMING É ALGO MUITO CONSTRANGEDOR




Há coisas muito piores no mundo, mas ver pessoas errando a mão no tempo em que fazem o que têm que fazer é triste. Tudo porque a mancada não é exatamente o quê, mas sim o quando. E, convenhamos, timing errado é, no mínimo, ausência de um amigo que diga "fulano, não perca a chance" ou "cara, não insiste mais não"; e, no máximo, o supra-sumo da falta de noção consigo.

Hoje, por exemplo, acabei chegando a "There Was a Time". Este é o nome de uma das canções de "Chinese Democracy", que vem a ser o aguardado disco dos Guns N' Roses, prometido desde... desde... desde - ok, olha a vergonha alheia! - 1994.

De novo: 1994. Ou seja: de lá pra cá, pessoas nasceram, tiveram suas infâncias e agora passam pelos tormentos e maravilhas da adolescência e nada do disco - que, jura Axl Rose, sai dia 23 de novembro.

"There Was a Time" pode ser escutada aqui; e, particularmente, achei uma titica - que, mesmo se estivéssemos em 1994, não me causaria nenhuma impressão melhor. De qualquer forma, a música me soou como coisa daquela época mesmo; e, assim sendo, penso que poderia fazer mais sentido naqueles tempos. Hoje, soa como um triste arremedo da banda que o Guns N' Roses já foi, no dia em que foram uma banda. Pelo menos quando eu era adolescente eles faziam mais sentido e me agradavam bem mais, embora eu preferisse Living Colour, Faith No More e Red Hot Chili Peppers.

"Chinese Democracy", para mim, é o caso mais notável de timing errado. Rendeu piadas ótimas, como a feita pelo Offspring que anunciou no dia 1º de abril de 2003 que iria lançar um álbum batizado com o mesmo nome e com um subtítulo: "you snoose, you lose" - algo como "cochilou, perdeu". Para vocês verem: desde a sacanagem da banda do Dexter Holland, crianças nasceram, largaram os seios de suas mães, aprenderam a falar e a usar o vaso e nada do disco do Guns N' Roses.

Inspirado nesse micaço de Axl Rose e companhia, sinto que é o momento perfeito - hoho! - para fazer a lista:

TOP 5 EXEMPLOS DE FALTA DE TIMING

1º) Depois de tantos parágrafos discorrendo sobre o Gn'R, o primeiro lugar, óbvio, vai para a banda e sua democracia chinesa. Passemos ao segundo caso, quase tão grave:


2º) A DEMORADA APOSENTADORIA DE ROMÁRIO - Mesmo quem não saca nada, nadinha, neca, Paul Newman de futebol sabe que o Baixinho era um gênio da pequena área, responsável por pelo menos 50% da conquista da Copa de 94. E essas mesmas pessoas, mesmo sendo mestres em ignorância futebolística, têm perfeita noção de que Romário pendurou a chuteira tarde demais.





Não faltaram oportunidades para que ele desse adeus aos gramados de forma digna. Dois ótimos exemplos: em 2000, quando conquistou a Mercosul e a Copa João Havelange por aquele-time-cujo-nome-não-pode-ser-dito; e em 2001, quando foi artilheiro do Brasileirão. Curiosamente, depois disso ele fez jogos de despedida dos gramados internacionais em 2004; a partida de despedida da Seleção no ano seguinte... Mas cadê que ele parava?

Aí, teve a história do gol 1000, feito em...2007. Maio de 2007. Essa foi a última boa data que Romário teve para se retirar do futebol com prestígio. Mas não: ele continuou até março deste ano, quando o seu time fez uma mera figuração no campeonato estadual do Rio. E na verdade, na verdade, dizem que ele ainda planeja um jogo de despedida, seja lá por que time... Enfim, um reta final de carreira meio feiosa em se tratando de Romário - um craque traído pelo próprio ego.


3º) OS GOONIES 2 - Não faz muito tempo eu rasguei elogios aqui no blog para "Goonies", filme espetacular que marcou a infância e a adolescência dos que hoje têm entre 25 e 35 anos. A história dos moleques de Astoria e sua grande aventura foi sucesso nos cinemas do mundo todo e pedia por uma seqüência - até porque foi nos 80s que aconteceu o "boom" de continuações cinematográficas, como as de Indiana Jones, Ghostbusters, Um Tira da Pesada, Máquina Mortífera, De Volta Para o Futuro, A Hora do Pesadelo e tantas outras. Só que o filme, tão aguardado por moleques como eu, não veio.





Até hoje se fala nessa continuação. Uns dizem que será em formato de longa-metragem animado; outros dizem que a história terá como protagonistas os filhos dos Goonies originais, hoje adultos. Eu acho que o filme ainda vem e confio que poderá ser muito bom - tomara! - mas para mim a verdade é a seguinte: Steven Spielberg (o produtor) e Richard Donner (o diretor) perderam o tempo certo para fazê-lo. Eles sabem que a continuação ideal seria com os Goonies ainda criança, no máximo na adolescência. E têm plena certeza também de que, se for pra fazer um "Goonies 2", que seja pra ser algo tão memorável quanto o primeiro. E se com a molecada original isso já seria difícil, sem ela então...


4º)GRETCHEN E SEU FILME PORNÔ - Acreditem: Não encontrei uma foto que pudesse fazer jus ao que ela era há 25 anos, mas garanto que não falta gente pra dizer a quem não era nascido na época que a pseudo-cantora era dona de curvas generosas e, décadas antes de Sheilas, Carlas, lipos e silicones, tinha o título de Rainha do Bumbum. Gretchen não era um rostinho bonito - e nunca foi -, jamais foi reconhecida por seu talento vocal mas tinha um corpo que causava inveja a muitas mulheres que, do sofá, a viam se apresentar no Chacrinha, Bolinha, Sílvio Santos, Carlos Imperial...

Naquele tempo, fazia todo o sentido que ela topasse fazer um filme pornô. Tá bom, ela estava bombando na TV etc., mas sempre se soube que seu dom maior estava bem abaixo das cordas vocais... Porém, Gretchen só resolveu aparecer rebolando na horizontal em 2006. Ou melhor: aos 57 anos e bem menos, digamos, talentosa. Longe de pagar de moralista, mas vamos admitir: não parece um pouquinho além do prazo? Como também não sou hipócrita, pra mim, sim.

Ah, e não vi o filme. Mas não faltou gente pra me dizer que Gretchen tentou com afinco destruir a imagem que os espectadores tinham daquela mulher que ela foi nos anos 80...

5º) ??? - É verdade: justo o último item, o que faltava para fechar uma lista sobre timings ruins, me foge à memória - e por isso quase me candidatei a última vaga! Mas se lembrarem de alguma, exerçam a generosidade e me ajudem nos comentários...

p.s.: A foto que abre o post não é de verdade não: é só uma montagem deste concurso virtual aqui - que, aliás, é cheio de péssimos timings...

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

VITAMINA



A seção da semana passada sumiu, mas essa aqui não vai a lugar algum... Será? Bom, enquanto nenhum bug ataca novamente o blog, dêem só uma olhada:


TIM FESTIVAL: A PIOR EDIÇÃO DE TODOS OS TEMPOS?

Não dá para saber mas tá feia a coisa: primeiro foi o Gossip que cancelou sua vinda e, agora, o Paul Weller - sendo ridiculamente substituído por Roberta Sá e Arnaldo Antunes... Quase algo como chamar a Vanessa Jackson ("Fama"? Lembra? Não?) para cantar no lugar da banda da Beth Ditto.

Ainda no clima "aí vem o desespero", a organização do evento resolveu ressarcir os que compraram ingressos para os shows do Gossip e do Weller dando tíquetes extras para outras apresentações do festival. Meno male, mas tá nítido que, pela tradição que está se formando de cancelamentos em cima da hora - no ano passado foi a Feist -o TimFa vai dando mostras de que não é mais aquele. Torcendo para que MGMT e Kanye West dêem conta do recado, já solto o pedido: Free Jazz de volta, já! E um ingresso para o Planeta Terra também, por favor.


A PEGADINHA DO CELULAR DO MACGYVER

No começo desta semana, correu solto na internet o site do Pomegranate, um espetacular telefone que promete recursos que os modelos da Apple, RIM, Nokia e companhia jamais ousaram carregar - dentre eles, barbeador, gaita e cafeteira embutidos!





Paquidermicamente pesado mas interessante, o site do celular tem vídeos demonstrando sua versatilidade. Na empolgação, muitas pessoas conferiram os filminhos e já saíram divulgando o incrível aparelho por aí... só que, após cada demonstração, o site dá a opção "I've seen enough" ("Eu já vi o bastante"). E se você clicar ali - a-ha! - descobre que tudo não passou de uma pegadinha do Mallandro para divulgar Nova Scotia, província do sudeste canadense. E teve gente pensando em poder tomar cafezinho feito no telefone...


MUSAS DA NAÇÃO ZUMBI

Nos Estados Unidos, Canadá e Reino Unido é época de Halloween, e o papo nos sites de cultura pop destes países volta e meia cai em fantasias, gostosuras ou travessuras e afins. Mas a celebração online mais bacaninha que vi até agora foi o lançamento do calendário de Zumbis Pin-Ups lançado pelo site Double Viking.





São doze mortas-vivas bem sexies - uma para cada dia do mês, em fotomontagens vintage bacanas, ideal para os rapazes que estão contando nos dedos os dias para as Zombie Walks - as passeatas em que loucos saem por aí em bandos vestidos de zumbis - ao redor do mundo. Dia 2 de novembro acontece a do Rio, e estou pensando seriamente em acompanhar. A paisana.


FRASE DA SEMANA... PASSADA

"O tesão masculino é diferente porque o homem tem 70% a mais de testosterona do que a mulher" - Mr. Catra, em bate-boca com um pastor evangélico sobre sexismo e mulheres-objeto do funk na TV. Pano rapidíssimo -e um doce pra quem adivinhar em que programa tal pérola foi proferida...

terça-feira, 21 de outubro de 2008

PORNOGRAFIA RETRÔ: COMO ERAM GOSTOSOS OS ANOS 70

A querida Liv Brandão pôs em seu ótimo Go To Heaven um post falando da onda da pornografia Safe For Work - ou seja, aquela, representada em fotos e vídeos que você pode abrir no computador do trabalho sem medo de tomar um pé na bunda. Na internet, quem anda abraçando a causa com unhas, dentes e criatividade de sobra é o diretor Keith Schofield. Foi ele que fez o vídeo da festa da Diesel, febre de semanas atrás no YouTube. Esse aqui:





Schofield também assina "Toe Jam", clipe da música do BPA (novo projeto de FatBoy Slim) com participações de Dizzee Rascal e David Byrne e que, a exemplo do vídeo da Diesel, também dosa humor e pornografia:





Keith Schofield não só gosta de misturar pornografia e humor: ele gosta de jogar isso em uma época. Qual? Os anos 70. Os cabelos, a estética, a fotografia... E é curioso porque vivemos um momento em que os 80s são os reverenciados, sobretudo na música e no design... mas quando pensamos em sexo, parece que todo mundo anda preferindo a década anterior...





Sabe quem mais curte essa vibe porn-setentista? Kanye West. Na primeira audição de seu novo disco, "808s & Heartbreak", o rapper contou com a participação de 40 modelos nuas usando perucas black power, até mesmo tapando o rosto com elas. Mais fotos/provas aqui.

Na TV americana, uma das séries estreantes da temporada é "Swingtown", que conta a história de um casal que se muda para uma vizinhança de pessoas loucas por farras movidas a disco music, drogas e sexo - com todos e para todos. O ano em que a história se passa? 1976!





Outra ocorrência que me deu a impressão de que o erotismo da década de 70 anda em alta foi o convite feito para Claudia Ohana estrelar a Playboy de novembro, que já comentei por aqui. "Ah, mas ela foi revelada nos anos 80", vocês podem dizer. Mas o visual da (ainda?) felpuda atriz está muito mais para a década anterior - taí o Canal Brasil que não me deixa mentir... E se for para arriscar, aposto todas as moedas do meu bolso que o visual do ensaio será retrô! Quer valer?

Fatos que constroem uma tendência ou coincidências que são parte de uma simples desconfiança? Não é por nada não, mas aposto na primeira opção. E já, já algum vídeo de garotas seminuas em patins de quatro rodas vai bater no YouTube para reforçar ainda mais minha tese...

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

UMA CELEBRAÇÃO DOS TÊNIS ADIDAS

Eu adoro tênis Adidas - quer dizer, os de visual vintage. Tanto que já cheguei ao ponto de passar silver tape, aquela fita que usada pra tapar os "tecos" das pranchas, na sola de um querido modelo que já estava nas últimas só pra dar a ele uma sobrevida. E agora os modelos retrô da marca alemã viraram tema de livro.

"All Day I Dream About Sneakers" - sacaram a sigla formada pelas iniciais? Tudo bem que o Korn já tinha feito isso, mas... - é um projeto do site Lifelounge em parceria com a Adidas Originals pilotado por Herr Fritz Träumer. Designer obcecado pelos calçados da marca, Träumer usou alguns exemplares para criar peças artísticas inspiradas em diversos motivos. Alguns exemplos são o Adidas Synth...





O Limo...





E o Airbag.





"All Day I Dream..." é distribuído apenas em lojas de sapatos da Austrália e Nova Zelândia mas tem versão .PDF baixável aqui. E nesta página do Lifelounge ainda tem link para papéis de parede com as peças criadas pelo designer. Ofereço minha contribuição pessoal à coleção de Träumer: o Adidas Homeless.





A verdade é que eu gosto de tênis gastos, e não apenas pelo conforto. Claro que não precisa chegar a níveis apocalípticos de conservação, mas um tênis rodado tem muito mais charme e personalidade do que aquela coisa reluzente na vitrine da loja. Não?

AO REDOR

O que andei fazendo nos últimos dias? Eu conto:


SHOWS: Esqueci de contar, mas corrijo o lapso: na semana retrasada comemorei o aniversário da Paradiso - a melhor festa rock-pop-eletro-indie do Rio de Janeiro - no Cinemathèque. Além da discotecagem finíssima da dupla Edinho e Tito, ainda teve The Twelves.

A princípio, fiquei meio receoso com medo de lotar a pequena pista do local, mas como carioca tem medo de chuva e frio isso não aconteceu. E aí sobrou espaço para dançar ao som da dupla Luciano Oliveira e João Miguel, que quebraram tudo, com versões instantâneas para seus já famosos remixes de "Boys" (M.I.A.) e "I'm Not Gonna Teach..." (Black Kids) como puseram outras novidades em jogo. Público satisfeito e suado na festança!

Numa onda parecida - mas não igual -, neste sábado fui parar na zona portuária do Rio para ver o Vive La Fête. O show de abertura ficou a cargo da Stop Play Moon, banda da escanifrada vocalista Geanine Marques. Uma escolha apropriada por conta da sonoridade electrorock do trio, mas deu pra notar que a banda ainda é crua, bem crua, apesar de ter algumas músicas bacaninhas.

Além da magreza notável de Geanine, algo a se destacar no show do Stop Play Moon é que um bando de desavisado pensou que eles fossem o Vive La Fête - muitos deles só perceberam quando o show de fato acabou. Oops!





Após usar o "Danúbio Azul" - sim, a manjada valsa - de tema de abertura, o Vive La Fête subiu no palco e não decepcionou. Sintetizadores espertos, batidas nem tão pesadas e a empolgação da vocalista Els Pynoo ajudaram a tornar a noite um pouco menos fria. Conheço pouquinho do repertório do VLF - só as músicas do "Grand Prix", disco de 2005 - mas aprovei o show deles, na medida para um público de poucas centenas de pessoas presentes no ótimo espaço do Centro Cultural Ação Cidadania.


FILMES: Enfim vi o cult "Donnie Darko", e nem achei essa Coca-Cola toda que tanta gente acha; porém, há a chance de não ter gostado tanto porque o assunto "brincadeiras com o espaço-tempo" já está presente em minha cabeça de forma muito frequente por conta de "Lost" e de "Heroes" - mesmo já tendo abandonado a trama de Hiro Nakamura há um tempinho.

Ainda assim, a máscara do coelho macabro é sensacional.


SÉRIES: As de sempre. "Dexter" e a transformação gradual (e nada forçada) do matador em... em...ah, quem está vendo sabe no quê; o terceiro episódio da quinta temporada de "The Office" - tá certo que o novo ano ainda está engrenando, mas "Baby Shower" tem momentos espetaculares; o segundo episódio do segundo ano de "Chuck", excelente e divertido como sempre... e, claro, "True Blood", que teve mais um episódio de encerramento excelente, para variar. É hit!


LIVROS: Não, não. Começo falando que terminei "Black Hole", dos Charles Burns, já mencionado várias vezes por aqui. É bem legal mesmo, mas sua história não está a altura das excelentes ilustrações - bom, pelo menos não curti tanto a reta final da trama.

Na seqüência, peguei "Eu Não Sou Cachorro Não", do historiador Paulo César de Araújo, que promete. Para quem não sabe, o livro fala do que o autor chama de "música popular cafona" e defende que, ao contrário do que se pode pensar, muitas canções de vários de seus representantes - Odair José, Agnaldo Timóteo, Nélson Ned, entre outros - eram sim politizadas e criticavam a ditadura militar. Quem leu já disse que é ótimo; o problema é que não é exatamente esse tipo de leitura que busco no momento. Irei continuar, mas será "banco de reservas" para uma outra obra que devo encontrar ainda essa semana!


GAMES: Tenho contas a acertar com velhos e excelentes jogos de Playstation 2. Um deles é "Metal Gear Solid 3: Snake Eater" que - coisa feia - não jogava há mais de ano. Não teve problema: levei pouco tempo para voltar à velha forma na pele de Snake mas gastei infindáveis horas para chegar até o ponto em que me encontro agora: prestes a invadir a fábrica de armas do governo soviético - o jogo se passa em plena Guerra Fria.

Jogo "Metal Gear" desde os tempos do NES - o primeiro Nintendo - e pouco s games são tão espetaculares como os da série. Tentando resumir para quem nunca ouviu falar da série de jogos: espionagem+camuflagens+acessórios+armas+missões. Tá bom ou quer mais?

E continuando a propaganda: sigo em busca de novos aprendizes no viciante LaBrute! Quem ainda não está no jogo, por favor faça as honras...


MÚSICA: No iPod, clássicos como o mítico "Pet Sounds", dos Beach Boys, e "Trans-Europe Express", do Kraftwerk. E no meio da semana passada ouvi a mesma música umas 7vezes seguidas, no barato: "Nothern Lites", do Super Furry Animals. O clipe:





E enquanto eu bebo uma margarita aqui, aproveitem para me dizer o que anda ao redor de vocês...

domingo, 19 de outubro de 2008

POR QUE "TRUE BLOOD" É A MELHOR NOVA SÉRIE DA TV AMERICANA




Mil desculpas a JJ Abrams e a turma de "Fringe", aos adolescentes (e coroas) de "90210" e as demais séries que tiverem estreado na TV americana nesta temporada, sobretudo as que ainda não tive o prazer de assistir. Meu título de melhor seriado da nova safra vai para "True Blood" - curiosamente, uma atração que, ao meu ver, tinha tudo pra ser um tremendo fiasco se partirmos da idéia de que é não é fácil pegar vampiros, colocá-los nos cafundós dos Estados Unidos e com isso fazer uma boa série; mas, pelo contrário, a união disso tudo é que deu um belo caldo. E olha que, ao cobrir o painel de "True Blood" na Comic-Con, eu não achei que seria isso tudo não...

Hoje, três meses e seis episódios depois, me rendi completamente. E pelo histório de bons serviços prestados até agora - entenda-se "por puro vício e reverência de fã" mesmo -, lá vou eu defender com unhas e dentes caninos os motivos pelos quais os humanos e vampiros de Bon Temps estão sobrando na turma dos novatos da TV:


ANNA PAQUIN - "O Piano", "X-Men"... Eu sempre gostei dela, sobretudo como a Polexia de "Quase Famosos"; mas acho que ela anda se superando na pele da garçonete-telepata Sookie Stackhouse. A atuação está impecável, o sotaque sulista insuportavelmente perfeito... e sem contar que a cabeleira loira lhe caiu muito bem. E aqueles charmosos dentinhos separados só ajudam...


ALAN BALL - Sei que é quase falha de caráter, mas nunca vi "Six Feet Under"; porém, pelas conversas com fãs da série e pelo que já li dela, sempre respeitei o cara. Agora, tenho respaldo pra dizer que Ball é bom mesmo, mas ao mesmo tempo não posso ser injusto com Charlainne Harris, autora dos livros que inspiraram a série. É claro que Ball teve um material e tanto para poder exercer seu talento...


A TRAMA PRINCIPAL ESQUISITONA - Veja se não é mesmo uma história muito estranha: "True Blood" se passa em Bon Temps, cidade do interior da Louisiana, em uma época em que japoneses já inventaram o sangue sintético, chamado "Tru Blood". Por conta da criação, os vampiros "saíram do armário" - ou do caixão, como é mencionado na série -, não mais precisando atacar humanos para saciarem sua sede.

Nesse convívio pseudo-pacífico entre vivos e mortos-vivos - sim, porque o preconceito com os seres das trevas ainda é fortíssimo - que Sookie Stackhouse se apaixona por um vampiro, Bill Compton. A relação dos dois chama a atenção dos poucos habitantes da cidade, que também é visitada por mordedores de jugular nada camaradas. E quando você vê, já está envolvido pela trama bizarrinha...





O CENÁRIO DA HISTÓRIA - Nova York. Chicago. Miami. Los Angeles. São essas as cidades que costumam ambientar boa parte das séries, e não um buraco perdido no interior dos EUA, cheio de pântanos, estradas de terra, mulheres mal-vestidas e homens com camisa de botão aberta e boné de caminhoneiro. Bon Temps é esse cafundó aí - e "True Blood" acerta demais ao fugir da mesmice urbana, praieira ou fashion. E certamente o fato de se passar num lugar nada glamouroso nem cosmopolita - sequer urbano! - dá mais credibilidade ao sobrenatural. Mil vezes melhor do que ver um vampiro desfilando por Orange County ou saboreando um pescoço no Central Park.


ÓTIMOS PERSONAGENS - Claro que nada barra uma garçonete que lê pensamentos dos outros, sem qualquer explicação para isso; mas ainda tem o carismático Bill, cidadão dos primórdios de Bon Temps que, séculos depois, voltou para viver em sua cidade; Adele, a avó de Sookie e fascinada por vampiros; a estouradinha Tara, melhor amiga da garçonete; o frustrado Sam Merlotte, patrão de Sookie e eternamente apaixonado por sua funcionária e o irônico e abusado Lafayette, o gay que é cozinheiro do bar de Sam e traficante nas horas vagas. Cada um melhor do que o outro. Sabe aquele famoso clichê de "personagens cheios de camadas"? Então.


SUB-TRAMAS CURIOSAS - Mesmo quando foge de sua história principal, "True Blood" prende a atenção de qualquer um, seja pelo problemático temperamento de Tara - e seus problemas com a mãe bebum -, pelo frustrado e estranho Sam, que já andou até invadindo quarto de ex-funcionária para cheirar o lençol dela e, sobretudo, pelas burradas sem fim de Jason, o irmão de Sookie. Uma delas foi tarantinesca e hilária: ele tomou uma dose cavalar de V, que nada mais é do que sangue de vampiro - droga cobiçada em "True Blood" -, ficou ultramegaoverexcitado, e Tara teve que levá-lo ao médico para resolver seu dolorido, err, problema...


OS GANCHOS VICIANTES - Todo episódio termina de um jeito que te faz sacudir a tela do monitor, berrando: "Continua, porra!". Já teve espancamento, morte bizarra e mocinha perdendo a virgindade com o bônus da clássica dentada no pescoço. Ball sabe deixar os espectadores implorando pelo próximo capítulo...




A ABERTURA ESPETACULAR - Tudo bem que a abertura não faz a série ser incrível, e por isso mesmo que a pus por último; mas não dá para não mencionar que o clipe com os créditos de "True Blood" já é uma das melhores aberturas que já vi. Se fora de contexto já é bom, quando você se familiariza um pouco mais com a série é que tudo faz sentido!

Já até postei o vídeo anteriormente mas vale o replay:





* * *

Por enquanto, "True Blood" só está disponível para quem pode ver a série pela internet. Se esse é o seu caso, vá atrás; se não é mas se você tem HBO - canal que produz a série -, torça para chegar logo ao Brasil. De qualquer forma, não deixe de conferir, pois quem vê "True Blood" fatalmente acaba mordido. E gostando disso.

sábado, 18 de outubro de 2008

CLIPES QUE NINGUÉM PODE DEIXAR DE VER - "PRAISE YOU", FATBOY SLIM

Antes de falar do clipe da vez, medo, muito medo: na terça-feira fiz um post com a Vitamina da vez - e, na seção, falava de "The Youth", o novo clipe do MGMT, com crianças fazendo dancinhas toscas...

No post eu falava que essa mania de coreografia estranha começou pra valer em 1999, com um outro vídeo que iria revelar na nova edição do "Clipes que Ninguém...". Só que - e aí vem o mistério - o post sumiu. Sumiu. Eu, hein...

Enfim, eu espero que esse aqui não desapareça, pois traz o clipe que, como já disse, foi pioneiro em mostrar gente com passinhos esquisitos:





"Praise You" foi feito por Spike Jonze, e sua pré-historinha é legal: depois de não poder fazer o vídeo de "The Rockafeller Skank" (aquela do "right-about-now-the-funk-soul-brother") para Fatboy Slim, Jonze fez uma versão alternativa do clipe, em que ele fazia uma dança solo ao som da música. Slim curtiu tanto que chamou o cineasta para fazer "Praise You".

E o que há de verdade e mentira por trás do enredo de "Praise You"? A verdade é que o clipe foi mesmo gravado na marra, com o Torrance Comunity Dance Group chegando de surpresa na porta do cinema sem nenhum aviso prévio; e a mentira é que o grupo de dança é fictício.

Outra coisinha: o próprio Spike Jonze atua no vídeo como o líder do grupo, Richard Koufey...

O sensacional "Praise You" foi reconhecidíssimo no VMA, premiação máxima da MTV, de 1999, levando três estatuetas: best breakthrough video - o que seria melhor clipe de vanguarda ou coisa assim -, melhor direção (que foi não para Jonze, mas para todo o Torrance Community Dance Group); e - a-ha! - melhor coreografia, dirigido a Richard Koufey e Michael Rooney. Merecido, não?


p.s.1: Ainda intrigado, eu pergunto: algum blogueiro que visita o Rodando já teve post desaparecido sem mais nem menos também?

p.s.2: Nem tente me sacanear, Blogger: este post - assim como todos os outros no futuro - tem seu rascunho salvo em meu computador. É aquela história: se você me ferra uma vez, a culpa é sua; mas se me ferra duas...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

XTRABEATS: PRÉ-TRILHA SONORA DA NOITADA

É bem conhecida aquela frase de que o melhor da festa é esperar por ela. Particularmente, acho que nada supera a noitada em si - claro, quando é divertida e atende ou supera as nossas expectativas -, mas aquelas horinhas que antecedem a farra sempre podem ser boas. No que depender do Xtrabeats, por exemplo, isso sempre será verdade.





O Xtrabeats é um programa semanal da espetacular Woxy - a minha rádio online favorita - com o melhor da música dançante. E por isso entenda-se sons eletrônicos e versões remixadas de bandas de rock em duas horas ininterruptas. O horário: 20h de Cincinatti, 21h de Brasília - ou seja, perfeito pra se ouvir enquanto você come alguma coisinha, toma um banho ou combina a boa da noite com os amigos.

O programa tem reprise no sábado às 22h (ou melhor, 23h horário BSB) e o mais legal: o site do Xtrabeats tem o áudio e as tracklists das duas últimas edições!

(Macete: o The Futurist, o blog da Woxy, tem a tag do programa, com muito mais tracklists e áudios. Tudo aqui.)

Pronto. Agora ouça e, depois, seja capaz de dizer que não vai deixar rolando o Xtrabeats aaaao vivo antes de se aprontar pra gandaia de hoje. Quero só ver!

MY DAY, YESTERDAY: FILMANDO HOJE O ONTEM

Ok, não quero confundir ninguém - até porque é sempre bom explicar direitinho idéias ótimas como a do My Day, Yesterday. É esse o nome de um grupo de usuários do Flickr que toparam a seguinte idéia: filmar um dia de suas vidas sem qualquer fala ou recurso sonoro - apenas sons ambientes -, editar tudo e pôr na internet no dia seguinte.





Os quatro instantes acima fizeram parte de um dia da vida de Garrett Murray, cujo vídeo pode ser visto aqui. Além dele, o grupo My Day, Yesterday tem até agora outros 160 integrantes.

Devo dizer que fiquei tentado a registrar um dia na minha vida, mas ainda não sei se vai rolar. Enquanto isso, quem se animar a gravar seu clipe que poste o link para o vídeo nos comentários. Ótima recomendação, Thales!

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

POP WAFFLE: CULTURA POP EM GIZ DE CERA

Erika Brooks Adickman é uma americana com tempo disponível e talento idem. Juntando os dois nasceu o PopWaffle, um programete sobre cultura pop para o YouTube feito todo em... giz de cera:





A edição acima não é a mais recente - encontrável na página da moça no YouTube - mas é uma das melhores que já vi, falando de "Juno", dando uma bela sacaneada na mania de magreza das atrizes de Hollywood e na mania de exposição de Lindsay Lohan...

O PopWaffle também tem página oficial só sua. Nela, há material exclusivo, como um clipe divertidinho para "Toe Jam", de David Byrne e Dizzee Rascal, assinado por Erika.

Goste ou não goste de stopmotion, vale assistir ao menos uma edição do PopWaffle. Nem que seja para admirar a paciência de Erika ao fazer aquilo tudo. Aliás, isso vale uma lista...

TOP 5 TRABALHOS QUE DESAFIAM A PACIÊNCIA


Para mim, é humanamente impossível assistir a coisas como o Pop Waffle sem ficar pensando o tempo todo: "Haja saco pra fazer isso". E por mais que as palavras soem negativas, juro que digo isso com total admiração - sobretudo porque minha hiperatividade jamais me permitiria fazer coisas desse tipo.

Então, eis abaixo os cinco trabalhos que merecem meu Troféu Senhor Miyagi:


1º)CRIADOR DE SEQÜÊNCIAS DE DOMINÓ - Milhares de peças de dominó. Milhares. E um esbarrãozinho pode pôr tudo a perder. A criatividade dos caras em seus desenhos já é louvável, mas a paciência supera qualquer coisa. E eu sei que isso nem é profissão, mas quem se dedica a esse hobby merecem o topo da lista.


2º)CINEGRAFISTA DE MOMENTOS RAROS DA NATUREZA - Todo profissional de imagens do Discovery Channel e do National Geographic que fica esperando aquele instante único em que o periquito da Birmânia canta no inverno ou que a borboleta de pinta azul da Krakatoa sai do casulo merecia ganhar rios de dinheiro. Quando vejo as incríveis imagens dos dois canais, imagino uma câmera imaginária filmando a espera do(s) desgraçado(s) pelo momento certo - que, geralmente, leva poucos minutos.


3º)ANIMADOR DE STOP MOTION - O que a Erika faz dá trabalho, mas aqueles animadores de filmes feitos com massa de modelar... Grava uma cena-mexe um pentelhésimo de centímetro do boneco-grava outra cena. Putz!

4º)CALÍGRAFO - Confesso: eu, que nunca tive letra bonita, hoje em dia produzo manuscritos completamente incompreensíveis, até mesmo por mim. E minha crescente incapacidade é evidenciada toda vez que eu abro um convite de casamento ou de formatura.

5º)TATUADOR ESPECIALISTA EM GRANDES DESENHOS - Nem sei se existe algo do tipo - desconfio seriamente de que não -, mas fazer grandes e elaborados desenhos em pele humana deve ser um desafio à concentração. Aliás, nesse caso é uma belo duelo de paciência entre tatuador e tatuado - que, além de toda a espera, ainda sofre com as agulhadas...
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