terça-feira, 12 de abril de 2011

MIAMI HORROR DIVERTE, THE NATIONAL EMOCIONA

O fim de semana passado pediu licença para começar um dia antes, mesmo sem ser feriado no Rio: na quinta e sexta feiras o Circo Voador recebeu dois shows assinados pelo Queremos e seus Cariocas Empolgados: respectivamente, Miami Horror e The National. Saldo duplamente positivo, embora com diferenças notáveis entre os dois - e ao dizer isso, lógico, não estou falando (só) de estilo musical...

Na quinta, o Miami Horror abriu os trabalhos, apresentando ao vivo seu disco único, Illumination. O show rendeu bons momentos, como em Echoplex...




... mas, mesmo assim, faltou algo. Repertório? Sinergia com o público? Uma plateia (mais) cheia? Talvez, talvez e talvez. Mas o que pesou mesmo foi a falta de cariocas realmente empolgados no público. Eu até acreditava que poderia haver fãs da banda australiana em número suficiente pra fazer o show virar pista de dança...mas não. Ou pelo menos não dessa vez. Tomara que haja uma próxima - e que eles nos surjam com uma versão tão inesperada quanto bacana como a que fizeram de You Can Call Me Al, de Paul Simon.




Veio o dia seguinte, trocando os dances australianos pela coleção de canções introspectivas do The National. E os americanos, por incrível que pareça, animaram o público bem mais do que o Miami Horror. Quer dizer, pensando com calma, nem é tão incrível assim: a banda de Ohio é mais rodada - tendo inclusive tocado no último Tim Festival -, mais conhecida...e mais arrebatada. Do tipo que consegue invocar a melhor vocação do Circo Voador: a de, vez por outra, arrancar apresentações históricas de quem o comanda.



Eu não sou exatamente um grande fã do The National. Na verdade, conheço pouco da banda; e foi assim, destreinado, quase em branco, que preferi vê-los. Não me arrependi. Gosto demais quando deixo pra conhecer um grupo de verdade na hora em que estou diante dele e acontece o que aconteceu na última sexta-feira: me deparar com uma banda de canções bonitas, arranjos precisos, liderada por um vocalista que sabe o valor de sentir o que se canta, contagiando todos os presentes. Uma conexão provada na última música do bis, levada sem sistema de som. Música orgânica do palco, garganta coletiva sob a lona, e um belo e inesquecível encerramento para um showzaço.

Em outras palavras, eu não precisava ter escrito nada. Bastava colar esse vídeo pra vocês entenderem tudo:





***

Se o trabalho deixar, falo de Rio, o filme, ainda nesta terça. Por agora, apenas a recomendação: assistam.

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