terça-feira, 3 de janeiro de 2012

O fraco sexto ano de Dexter e sua grande derrapada anticlimática

(Eu vou tentar fazer esse post sem spoilers. Acho que dá.)

Você pode ver Dexter de duas formas. Uma é esquecendo completamente o que as quatro primeiras temporadas da série ofereceram, correndo atrás da diversão por diversão. A outra é fazendo o oposto: pondo a expectativa à altura daquela que já foi uma das melhores - para mim, a melhor - série de TV fechada. Se fizer a primeira opção, provavelmente encontrou nesta sexta temporada o mínimo de diversão; mas se escolheu a outra, a queda já anunciada na temporada anterior se confirmou de vez, e nem mesmo a última cena pôde salvá-la...

Eu escolhi a segunda alternativa. Ou melhor: acho que, pros que viram a série desde o começo, esta não é uma escolha. E por isso mesmo, a tal última cena não só não salvou a esquisita sexta temporada como, para mim, a derrubou.

O que os produtores e roteiristas consideraram o ás na manga para animar o público para o novo ano, realmente não funcionou comigo. A cena em si não foi problema algum; o incômodo foi o contexto meio forçado, meio estranho... Não sei. Não rendeu. Ou vai dizer que você não esperava que aquele momento fosse muito mais cercado de estarrecimento? Garanto que sim.

Outro probleminha deste último ano de Dexter foram os erros do personagem. Digo, alguns dos erros. Em defesa dos roteiristas, acho bastante aceitável o fato de Dexter cometer alguns deslizes por dois motivos básicos. O primeiro é que o personagem é humano. Inteligente pra cacete, mas humano - e serial killers, por mais neurônios que tenham, também cometem erros (como fizeram Trinity e Rudy/Brian). O segundo é que Dexter está se aproximando de seu lado humano, e isso certamente o levaria a aumentar sua vulnerabilidade.

Mas voltando: há erros e erros. E não dá para aceitar que Dexter, por exemplo, ligue para o 911 de seu próprio celular para informar a localização de um serial killer.

Tem mais? Tem mais. A incerteza forçada de Debra; a subtrama do nerd do videogame - que, ao lado do Brother Sam e do Anderson, o novo detetive da trupe, foram a grande trinca de subaproveitados da temporada; o cada vez mais insuportável Quinn... Muita, muita coisa trabalhada ao longo do sexto ano e que não nos levou a nada - ou, pelo menos, a nada que estivesse parelho com que esperávamos.

Sobre Travis, eu curti. Fui um dos que não desconfiaram do grande segredo em torno de seu mentor... Mas até ele, no conjunto das coisas que deram errado, também teve lá seu grau de "poderia ter sido melhor" que a série não nos acostumou a experimentar desde que surgiu.

Dito isto tudo...retorno à tal última cena. Vou respeitar a promessa do começo do meu texto e, sobre ela, dizer apenas que já prevejo um caminho para que ela se resolva no sétimo ano, e ele envolve um desmaio e um esquecimento tão induzido como questionável. Se você ainda não viu, pode não ter entendido nada; mas se assistiu ao fim da sexta temporada, provavelmente me entendeu.

É apenas um palpite; um palpite para algo que pode ter sido mal encaixado, mas foi uma senhora aposta dos roteiristas para o novo ano de Dexter. Se por conta do retrospecto da série a barra já estava lá em cima, se escolheram aquele desfecho, os autores precisam dar conta da expectativa que criaram. Eu realmente acho que eles podem dar a volta por cima e devolver Dexter ao topo, e obviamente torço para isso; mas é bom que façam isso mesmo, pois os créditos que tinham já foram quase todos gastos.

P.S.: Aos que quiserem comentar, o pedido: sigam o meu exemplo e livrem as pessoas de spoilers. Parece difícil, mas dá.

4 comentários:

Paulo Olmedo disse...

Acho que depois da quarta temporada ficou difícil para os roteiristas manterem o nível. Aquela foi uma ótima temporada. A desse ano até tinha alguns bons elementos, mas foram todos mal aproveitados. O personagem do Mos Def, por exemplo. A grande "sacada" que os roteirista acharam que estavam fazendo - o mistério do Travis - já estava manjada lá pelo terceiro ou quarto episódio. Fora as gafes absurdas, essa do telefone, Dexter sobrevivendo a uma explosão em alto mar (rio, sei lá), o quadro da besta não ter sido visto...

Os roteirista de Dexter nos acostumaram mal e agora a gente quer algo do mesmo nível, não adianta querer voltar pro tempo do Miguel. depois do Trinity Killer tudo mudou.

Márcio disse...

Cara, o lostinlost saiu do ar? Todo o material foi perdido?

Abraço,

Giovanna disse...

Oi CA
Eu de novo, rsrs, to sempre xeretando no seu blog e quase nunca consigo postar, mas DEXTER não dá pra deixar de comentar.
Amo a série e também acho a melhor série da atualidade e muito disso se deve ao ator fodástico que é o C.Hall em muitos episódios ele salvou a pátria, como o Nebraska.
Eu gostei deste ano, muito mais que o ano passado, como eu disse o Michael C Hall - na minha opinião tava em ótima forma, é difícil vc mudar a dinâmica de um personagem meio que do nada como aconteceu com o Dexter, matava um por episódio e não matou quase ninguém nesse ano, mas como pai foi perfeito, percebe?
O personagem do Moss, o Sam, achei um espetáculo, e também a sua morte um disperdício eu cheguei a pensar que ele o Travis e o Dex formariam tipo uma gang do Bem sei lá, pra mim deu super certo o personagem. Comentei com um amigo esses dias que Dexter ta se encaminhando pro fim, tudo bem que tem mais duas temporadas mas, isso só dá uma folga pros caras pensarem em um final digno para série, e também explica muito da cena final e de qual será a reação dos envolvidos, mas eu vejo como não só o fim da série mas também do próprio Dex se aproximando, ou o título do episódio final só sugeriu isso pra mim?
Sem dúvida o eixo da série mudou, eu acredito que nunca mais vamos ver aquele Dexter das temporadas antigas e isso simplesmente por um motivo: Harrison. Agora a remissão dele é questão de tempo.
Muita gente criticou o Colin Hanks na série e eu até perdi amigos por isso kkkk, sério, eu achei convincente a atuação dele e não aceito que falem mal de ninguém com o sobrenome Hanks e com os olhos azuis como os dele kkk, o Travis não foi o Trinity, nem o Bryan nem o Miguel nem o esfolador, ele foi o Travis e a trama dele foi dele bem diferente das outras, não tem como comparar.
Desculpe o tamanho do comentário CA me impolguei, espero que não tenha dado Spoiler.
Pra mim o saldo foi positivo da série, e não vejo a hora do 7º ano e sentir todas essas emoções loucas de novo rsrsrsr bjos.
PS: O harrison é muito fofo, mas aqueles sons que colocam nas risadas dele...fake

Anônimo disse...

pô... eu gostei mais dessa temporada do que da passada. gostei do misterio do travis.Só nao gostei do que tava acontecendo com a Deb (o que ela achava q sentia , pra mim foi ridiculo cogitarem a possibilidade. to doida pra q chegue a proxima temporada pra ver o que vai acontecer com o que ela viu.

Aquele negoço do desenho na parede tb... tsc tsc...

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