segunda-feira, 21 de março de 2011

FAIXA A FAIXA: ANGLES, STROKES

















Se tem um comportamento que não curto é quando a paixão por um artista vira o motivo para se gostar de sua obra. Eu acredito justamente no contrário, sobretudo por achar que o que faz o artista ser interessante (ou não) é justamente o que ele produz, certo? Certo. Mas isso não impede de torcer por aqueles de que gosto, ou de que um dia gostei.

Isso acontece com os Strokes. Curti demais o primeiro disco, achei o segundo legalzinho, o terceiro foi... mas Angles, o novíssimo, escutado na íntegra no dia de hoje, não me desceu. Durante todo o álbum, a banda me pareceu dividida entre a segurança em apostar em características que a consagrou e a aflição em tentar escapar justamente dessa safety zone apelando pra harmonias e melodias dispersas e nada sedutoras. Uma bipolaridade que não acertou em nenhum de seus extremos. Chato, mas verdadeiro.



Todos estão convidados a dar um pulo no site da banda, clicar no play e dar uma lida nos comentários abaixo:

Macchu Picchu - A faixa de abertura mostra alguma intenção de renovação. A melodia não é inspirada, mas as guitarras são bem legais - sobretudo ouvidas com headphones. Experimentem só.

Under Cover of Darkness -
Essa já é mais puxada pro velho Strokes, embora (também) não seja empolgante não. Porém, vale destacar a mudança de levada no solo. Já, já na trilha sonora de alguma comédia romântica teen.

Two Kinds of Happiness -
Julian Casablancas gosta de The Cars? Acho que sim. E da onda afropop capitaneada por Vampire Weekend. E soube misturar duas boas influências na terceira música do disco. Curti.

You're So Right -
Acho que os Strokes nunca fizeram algo tão sonoramente atormentado - digo, atormentado de um jeito Strokes. Não sei se me soou como um Devo meio dark... Não sei ainda se gosto ou não.

Taken For A Fool -
Também não me empolgou, embora tenha gostado do fraseado da guitarra. Pouco, porém.

Games -
Synths falando alto, uma batida bacana colada ao refrão… algo bem mais próximo do trabalho solo de Julian Casablancas. Mas, novamente, nada que tenha me comovido.

Call Me Back -
A mais introspectiva das canções do disco tem uma introdução interessante… e só. Chata.

Gratisfaction -
Antepenúltima música do disco, parece daquelas feitas "para cumprir tabela". Simpática. Ponto.

Metabolism -
Para não dizer que não elogio nada, gostei demais do timbre do instrumental dessa faixa. Curti o riff também, mas a melodia também ficou me devendo.

Life is Simple in the Moonlight -
Nome bom, certo? Sim. Mas pensar que ela batiza a música que pode salvar o disco é um erro. No entanto, a canção não é das piores do álbum. Fica ali no regular... e já tá bom demais.

*** 

E aí? Gostaram? Se o saldo foi positivo, fico feliz por Angles ter sido legal pra alguém - e que tenha sido por si só, e não por ser um disco da banda que um dia fez o This Is It.

3 comentários:

Rafael disse...

Eu gostei do disco, CA. Eles são minha banda favorita, mas os acho superestimados. A mídia construiu essa imagem deles de "banda perfeita" durante 10 anos e acho que esse é um dos motivos pra essa decepção toda com o Angles. Talvez se eles estivessem saindo da lama a recepção seria diferente.

Carlos Alexandre Monteiro disse...

Rafael, eu simplesmente ouvi o disco, sem pensar em qualquer ligação anterior com a banda. Julguei só o que escutei, como disse no começo do meu texto...mas achei fraco demais. Infelizmente...

abraço!

Gi disse...

Oi CA.
Puts curti o disco rsrs e por mais engraçado que seja é justamente pelo motivo que vc iniciou seu post; adoro esses caras. Concordo total com que vc disse, de o disco estar bem abaixo do This is it, porém, está bem acima do que muito se produz por aí, hoje em dia. Vamos dar o crédito aos caras vai, afinal um pouco do legado deles, ta í e dando mega certo com outras bandas que não tem tanto a qualidade dos Strokes.

Bjo CA...

Related Posts with Thumbnails