quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

RETROSPECTIVA CARNAVAL 2009

Chega de farra, infelizmente. Exceto para os dedicados torcedores e integrantes do meu Salgueiro que vão comemorar na quadra, o carnaval acabou. E eu, fã da folia que sou, consegui me divertir bastante, ainda que menos do que no ano passado - culpa da garganta inflamada, do ouvido doendo e de dois dias malditos de plantão.

Faz mal não: mesmo com tudo isso, o saldo é positivo. E logo abaixo destrincho tudo o que mais me chamou a atenção no carnaval 2009. Sambem comigo nos tópicos abaixo:




- Sambadinhas reais à parte, para mim a grande emoção do carnaval 2009 ficou por conta da recuperação do Neguinho da Beija-Flor. O cara, ícone do samba carioca, esteve próximo de sequer desfilar este ano. Contrariando os prognósticos, ele gravou o samba da escola, foi aos ensaios e não apenas defendeu sua escola no gogó como ainda casou no Sambódromo. É preciso ter uma força do cacete pra peitar um câncer e derrotá-lo desse jeito. Exemplo.





- Inegavelmente, Salgueiro mereceu o Estandarte de Ouro e o título deste ano. Arrebentamos em tudo, e parabéns aos meus camaradas tijucanos. Agora, atenção para segurar os ânimos dos globais da Grande Rio que vão querer se aboletar na escola no ano que vem, a exemplo do que fizeram em 94, ano seguinte ao da linda conquista do "Peguei um Ita no Norte" (a do famoso "Explode, Coração").

- Minha outra escola querida, por outro lado, tava pobre demais, coitada. Definitivamente, a Mangueira já teve tempos mais áureos. Alguns carros estavam feios e mal acabados - uns pareciam feitos pelos cenógrafos do "Chaves". Dona Zica deve ter passado mal do outro lado. Diante do que mostrou nos 82 minutos, o sexto lugar ficou bom demais.

- Na apresentação dos desfiles, Glenda Kozlovski esteve tímida, mas pelo menos não protagonizou gafes como as de Kleber Machado. A melhor/pior foi perguntar ao Dudu Nobre o que havia achado do desempenho de Viviane Araújo, madrinha da bateria do Salgueiro, com um pandeiro, sendo que ela trazia um tamborim. Tomou uma correção no ar merecidíssima para quem vai fazer cobertura de desfile sem saber a diferença entre um e outro - ainda mais ele, que não é estreante...

- Melhor mesmo é a cobertura da RedeTV, assumidamente tosca. Esse ano, a trasheira foi parar no novíssimo patrocinador, os preservativos Gózzi. É, o nome é esse mesmo. Nélson Rubens anunciou no ar, comercial meia-boca sendo exibido nos intervalos... e algo chamando (ainda mais) a atenção: um convite para ver os "testes práticos" do preservativo no site da marca. Lá fui eu.





E não é que, para a página de camisinhas com um nome tão infame, o site é bacaninha? Ah, e os tais "testes práticos" estão na seção de vídeos. Um deles tem a cena acima, com o tal cientista e sua ajudante boazuda aferindo a elasticidade do preservativo. Hah. Aguardo os próximos comerciais da marca - que, com um batismo desses, merece toda a infâmia e criatividade dos publicitários


- Uma tradição televisiva que foi por água abaixo há tempos é a da transmissão dos bailes de carnaval. Era simplesmente espetacular ver entrevistadores do naipe de Rogéria e Otávio Mesquita se espremendo para falar com gringos, putas, pansexuais e tentando entender o portunhol encaixado na voz de alto falante de metrô do Chico Recarey. Saudade.

Como qualquer moleque de 6 anos hoje já sabe, a exceção é a cobertura do Gala Gay, que acontece na terça-feira. Neste ano, além da sempre presente Monique Evans e do(a) drag Léo Áquila, a equipe foi reforçada por Christian Pior e Robaldo Esperman, personagens do Pânico. Eles mandaram bem ao conseguir entrar no baile, mas chegando lá dentro, não repetiram a boa atuação do tapete vermelho. Ano que vem, que chamem o Otávio Mesquita, que nasceu justamente com o único dom de saber fazer cobertura de baile de carnaval. De preferência com a Narcisa Tamborindeguy.


- Antes que eu me esqueça: é um pouco estranho um carnaval sem a voz, o mau humor e os elásticos na mão do Jamelão.


- Os problemas de saúde me tiraram desgraçadamente do desfile de domingo de carnaval do Simpatia É Quase Amor, meu bloco favorito. Fiquei injuriado, mas poderia ter me irritado bem mais, não fosse o samba do Simpatia bem fraquinho. Engraçado é que o Simpatia parece não ter meio termo não: ou acerta lindamente no samba - felizmente, a regra - ou erra esquisito. Desta vez foi a segunda opção. Ficou devendo...


- Na segunda-feira veio minha forra: consegui superar a febre e tocar meu tamborim no Bloco de Segunda, meu segundo preferido. Não me sinto em condições de avaliar o samba, pois o carro de som tradicionalmente não é lá essas coisas e fica distante dos tamborins; mas o refrão era engraçadinho: "A bolsa cai, a rua inunda/Meu bem, vem cá/Eu sou de um bloco de segunda". De vez em quando, essa última parte era trocada para "o bacalhau é de segunda". Espetada de praxe no Asco da gama.

- Pô, em nome da praticidade, acabei deixando minha máscara de Bruno Aleixo em casa. Mas será usada na próxima festa a fantasia que eu prestigiar...


- E não foi em 2009 que realizei meu sonho de fazer um bloco que desfile na quarta-feira de Cinzas, lá pelas 18h. Afinal de contas, tem momento mais triste do que começar a voltar à dura realidade da vida do que o pós-apuração? Bom, pelo menos o Salgueiro faturou...

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