
Vi a imagem acima no ótimo Tumblr I'm From The Internet. A frase não poderia corresponder melhor ao que ando pensando dessa nova tendência cinematográfica apontada por Avatar e hoje seguida como que quase uma ordem, pelo menos nas produções dos grandes estúdios.
Eu nem questiono: acho que um recurso bacana pode ser esgarçado a ponto de se tornar um modismo de época, com potencial de rápido esgotamento, e tudo por conta de um grande exagero. Para mim, boa parte dos títulos que estão saindo (ou sendo anunciados) em 3D não precisavam do recurso para serem bacanas. É, é isso: parece que rola implicitamente uma máxima que diz que, para serem divertidos, os filmes precisam ser visto por uma plateia de óculos esquisitões. Hoje fiquei sabendo que "O Chamado 3" (!) terá versão em 3D (!!!) - se bem que esse é o caso de um recurso tentar salvar um filme que já nasce titica e que, por isso mesmo, não tem como recuperar da lama. Ah, tem isso também: o 3D não como um tempero, mas como salvação de filmecos. Putz.
Eu não vi Avatar. Não lamento. Guardei a experiência 3D para Alice. Foi legal? Foi, mas não foi o maior espetáculo da Terra, como querem que seja. Depois até fiquei sabendo - não li por fonte oficial não - que o Tim Burton aceitou meio a contragosto essa adaptação de seu filme ao visual em terceira dimensão. E eu tô com ele: se não partiu do diretor, tem que ser algo realmente espetacular para deixá-lo satisfeito. E não é. E se a ideia foi do próprio diretor, que não seja algo gratuito.
O 3D não pode passar de um recurso. Parece imbecil afirmar isso, e até é besteira, mas besteira pra mim e pra você. Certamente alguns estúdios não apenas discordam como irão solenemente ignorar essa premissa. Ok, ignorem, já que parece irreversível, ao menos no momento; mas que pelo menos façam a coisa direito. Os encantos básicos do 3D são conhecidos há tempos pelo público - eu mesmo quando criança já tinha uns livrinhos no esquema, e olha que não sou novo. Então, que nos surpreendam minimamente. Fazer por fazer é que é o grande problema.
Aquele slogan velhaço é certo: cinema é a maior diversão, e nunca dependeu disso pra nos dar filmes legais. E talvez esse post seja meio ranzinza, mas é coisa de quem odeia ver ideias boas serem jogadas no lixo, subvalorizadas em breve por se tornarem superestimadas no agora, como os remakes.
Mentira: os remakes, estes não têm vergonha, salvação nem desculpa mesmo.