segunda-feira, 11 de maio de 2009

AH, SE TODO "STAR TREK" FOSSE FEITO POR JJ ABRAMS...


Chekov, Kirk, Scotty, McCoy, Sulu e Uhura: all the young dudes!

Não poderia mesmo ser outro: se havia um homem capaz de levar "Star Trek" aonde outros roteiristas e diretores jamais estiveram, era JJ Abrams. Se isso já era uma certeza antes de pôr meus pés no cinema para ver o capítulo da saga de Jornada nas Estrelas assinado por ele, quando subiram os créditos finais me senti feliz por ter toda expectativa superada. E olha que a proposta assumida pelo co-criador de "Lost", "Fringe" e "Alias" foi das mais audaciosas: contar a história do surgimento da tripulação da Enterprise tanto em nível coletivo quanto individual e imaginá-la em um novo contexto.

Para dar conta de sua missão, Abrams tratou de se cercar mais uma vez de seus fiéis companheiros Alex Kurtzman, Roberto Orci (Alias, Fringe) e Damon Lindelof (Lost), e sacou de sua incrível caixinha de surpresas o seu novo tema-brinquedo favorito: viagens no tempo. Assunto espinhoso, que elevou a responsabilidade e o desafio de Abrams a alturas estratosféricas. Pensem bem na responsa que é falar de Kirk, Spock, McCoy e cia. em suas respectivas juventudes, abordando idas e vindas em épocas diversas e tendo que satisfazer um público apaixonadamente fiel à saga ao redor da galáxia. Digam o que quiser, mas JJ Abrams é um cara de peito.

Porém, de nada serve tanta ousadia se a competência não falar mais alto; e unindo as duas, Abrams fez um filmaço, servindo-se de uma trama - o plano de vingança de romulanos contra os planetas da Federação, por conta da aniquilação de seu planeta - para contar como foi a formação do grupo da Enterprise; e, mais a fundo, mostrar algumas novas camadas da complexa relação entre Kirk e Spock. Vivido por Chris Pine, o jovem Capitão Kirk imaginado por Abrams é rebelde, mulherengo, aventureiro; e o jovem Spock, defendido excepcionalmente por Zachary Quinto, é um ser muito bem dividido em sua herança mezzo humana, mezzo vulcana. Sabem aquele velho papo de "Spock não tem sentimentos?". Esqueçam.

Mas como a Enterprise não é só feita de Kirk e Spock, o Star Trek de Abrams nos dá a chance de conhecermos mais a fundo a linda tenente Uhura (Zoe Saldana) e o interesse masculino sobre ela, a valentia de Sulu (John Cho), o ingênuo brilhantismo de Chekov (Anton Yelchin, nome de destaque no elenco), o engraçadinho Scotty (Simon Pegg) e o ranzinza McCoy (Karl Urban), cujos aspectos de sua amizade com Kirk perderam para o foco na relação do capitão com o vulcano mais famoso do universo, vivido não só por Quinto como também por seu clássico intérprete, Leonard Nimoy. Ok, voltei a falar de Spock e Kirk, mas era necessário achar espaço para falar de Nimoy e, sobretudo, destacar: a presença dele no longa não é apenas uma homenagem em forma de participação especial não...

Spock velho, Spock novo, os jovens Kirk, McCoy, Chekov, Uhura... Ao mesmo tempo em que JJ Abrams une todos estes personagens em um prequel que revela uma realidade alternativa à da história conhecida há décadas, faz de seu Star Trek uma obra reverente à original, com referências e menções a clássicos da saga. Nunca fui, não sou nem pretendo ser fã dedicado de Jornada nas Estrelas; mas se fosse, ficaria igualmente lisonjeado com o filme de Abrams - que, por si só, já me fez mais simpático à causa trekker. Depois das ótimas duas horas que ele me proporcionou, não só imagino um universo paralelo em que o desejo proposto no título do post é realizado como penso como seria se os episódios I, II e III de Star Wars tivessem sido regidos por Abrams. Depois deste excelente "Star Trek", se isso tudo de fato acontecesse não temo em afirmar: a Força e eu estaríamos mais vezes ao lado de Kirk, Spock e companhia; e mesmo sem uma vida mais longa, a trajetória de Anakin Skywalker até se tornar Darth Vader certamente seria bem mais próspera.

5 comentários:

Alan Ongaro disse...

Também não conhecia a série e os filmes, mas não me atrapalhou em absolutamente nada!

Filmaço!! viva JJ Abrams! só espero que o mesmo de uma atenção especial a Lost agora nessa última temporada...

Vida longa e próspera!

Elmo SR disse...

Não sou o que se pode chamar de grande conhecerdor de Star Trek, mas fui assistir com algumas concepçõeszinhas na cabeça e na expectativa de ver a leitura do Abrams.

E deu no que deu: fazia muito tempo que eu não saía de uma sala de cinema com desejo de entrar e ver o filme mais uma vez logo em seguida.

Me apaixonei pelo filme e pela demonstração de competência do J. J., do elenco todo e da equipe de produção.

Filme lindo, com roteiro espetacular e que vale a pena ser assistido.

Thiago disse...

Simplesmente arrebatador esse filme. Eu, que nunca dei muita bola pra Star Trek, fiquei arrepiado em diversos momentos. Perfeito. Muito bom ver tanto dinheiro tão bem aplicado.

Carlos Alexandre Monteiro disse...

Alan, Elmo e Thiago: como diria o velho Pernalonga, that's all, f-f-f-folks! ;)

Anônimo disse...

Uma opinião contrária é sempre boa.

Como revigoração da franquia o filme é nota 10, mas ele deixa a desejar em termos de roteiro.

Quando soube que Orci e Kurtzman escreveriam eu sempre imaginei o pedido de Abrams para a dupla "Ok, amigos, podem escrever aquele roteiro meia boca para os Transformers do Michael Bay à vontade, mas pra mim vocês tem que caprichar".

Irrghh!!! Não foi o que fizeram. O roteiro é raso, cheio de soluções fáceis e forçadas. O único mérito é se dar bem no comportamento dos personagens, o que não ocorre por redirigem um bom texto e sim pelo fato dos dois serem trekkers assumidos e praticamente saberem o que cada personagem diria em determinadas situações.

O que salva é que foi dirigido pelo Abrams. Um diretor, que muita gente acusa de ser mediano e que na verdade tem um grande domínio de cena, que sabe muito bem conduzir a platéia para as emoções na hora certa.

Pelo deslize acobertado cravo uma nota 9.

Torço para que Abrams mude de ideia e dirija a sequência, já que está confirmada a presença de Orci e Kurtzman na roteirização. E não custa nada sonhar Damon Lindelof assumindo o posto dos protegidos.

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