terça-feira, 24 de junho de 2008

O bacana e o genial

De volta ao Rio, enfim pude dizer adeus às quartas temporadas de duas de minhas séries favoritas: "Grey's Anatomy" e "House". Apesar de ter gostado de ambos os encerramentos, definitivamente estes episódios finais só merecem ficar juntinhos nessa introdução. Por isso, vale começar com "Grey's Anatomy". Ou melhor: com a previsível "Grey's Anatomy".





Antes que vocês já tenham pedido o bisturi nº 10 pra arrancarem fora meu pobre coração por eu ter usado o adjetivo acima, reflitam: ser previsível não significa ser ruim. Muitas coisas boas na vida não são nada surpreendentes, certo? Mas me reservo o direito de citar apenas como exemplo as duas horas que acabo de passar dentro do Seattle Grace.

Fãs de "Grey's", vamos lá: todos sabíamos que Callie e Hahn iriam se beijar pra valer, não? E o Chief voltando para Adelle? Não era óbvio que o climinha que já rola há séculos entre George e Lexie iria dar em algo? Fácil também era pensar que o rolo entre Karev e Ava/Rebecca não acabaria nada bem. Mas nada estava tão na cara quanto a reconciliação de Derek e Meredith.






Viram? Todos os fatos acima mencionados já vinham amadurecendo há vários episódios. Vê-los enfim acontecendo nessa despedida de "Grey's" não causou nenhum suspiro de espanto, mas sim aquela alegria que surge quando vemos que algo por que esperamos/torcemos enfim acontece. Sabem a famosa plaquinha do "Eu já sabia"? É por aí.

E ainda tivemos os casos do moleque-pavimento e do casal com tumor, a Izzie e seu novo caminho na série (que tomara que seja mais legal) e a segunda chance de George O'Malley para voltar ao seu grupo original. E quem duvida de que ele irá passar na prova? Mais uma amostra da bacana previsibilidade de "Grey's".

Que me perdoem os médicos do Seattle Grace, mas todos eles ficam em segundo plano diante do doutor Gregory House e de sua mente fascinante e quase sempre indecifrável. "House" terminou seu quarto ano nos dando o privilégio de contemplar o cérebro do médico. Mas se tal viagem já havia ocorrido no fim da segunda temporada, dessa vez o passeio contou com uma escala inédita: a feita no coração de House.





"House" é uma série que trata de enigmas médicos mas acima deles está a incrível personalidade de quem os resolve. E se por quatro temporadas vimos uma verdadeira junta de doutores e fãs tentando em vão decifrar o que se passa dentro daquele gênio, enfim ele baixou a guarda, nos revelando culpa pela morte de Amber, carinho por Wilson e medo pela decepção proporcionada ao amigo. Enfim, constatamos que House tem sentimentos, e todos eles abafados pelo maior: a tristeza. Ou melhor, miséria ("misery"), termo mais melancólico, amargo, duro e bem mais apropriado do que qualquer outro.

Costurando essa pesada trama, a história do adeus de Wilson e Amber, tragédia carregada de sentimento, fatalmente lacrimogênea na bela cena da despedida da equipe de sua ex-desafeta e, sobretudo, nos últimos instantes do casal - que, acredito, possa ter sido inspirada pela cena final do dócil e triste "A.I.", o filme de Spielberg e Kubrick.

E após o choro, a dúvida: que House é esse que saltou do ônibus e retorna do coma? Um enigma a mais ou a menos? A incerteza da resposta só me dá base pra reafirmar com toda a admiração que posso ter: acompanhar "House" é estar diante de um dos personagens mais bem compostos e fascinantes da história da TV.

3 comentários:

Pri disse...

Sensacional o review das duas season finales. Concordo plenamente que o de House foi muuuuito surpreendente, e eu assisti com o intervalo entre uma semana e outra, quase morri no meio do caminho, de curiosidade!
Mas aaaaah, Grey's Anatomy foi tãããão fofinho! Só melhorou depois do hiato, tinha começado super fraca, na minha opinião. E só Shonda Rhimes consegue fazer três frases curtinhas tão cheias de significado: "Stay here. Don't move. Wait for me". Awwwww
Reparou que TODAS as mulheres que foram beijadas usavam tons de vermelho?? Pois é...
Maneiro o blog, curti demais o podcast!
Beijos

Pedro Lucas Rocha Cabral de Vasconcellos disse...

um genio que curte uotro genio,


house é genial

Anônimo disse...

Tens razão sobre o final de Grey's, o o previsível nunca foi tão impressionante. O bom de saber onde as coisas vão dar é acompanhar e observar o caminho, como tudo foi levado tão bem até esse momento. Acho isso o mais bacana, ainda mais quando nos apegamos a personagens cativantes e contraditórios como esses. Foi uma temporada de mudanças e amadurecimento, com um final sem grandes ganchos aparentemente, no entanto, vai ser um novo recomeço para série.

Quanto House, foi bom pq surpreendeu (House chorando!). Gostei mais da primeira parte, mas achei super válido a segunda se focar nos personagem, ter esse lado mais sentimental (vai dizer que não lembrou Grey's? Teve até cenas parecidas). Tudo sem perder o estilo House de ser. E House é House, ele é o cara.

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