sábado, 27 de setembro de 2008

NA NOITE DO JUSTICE, NINGUÉM FICOU PARADO

E nem era para ficar mesmo. E nem tinha como ficar. MixHell, The Twelves e os aguardados franceses do Justice espantaram do Circo Voador um pouco do simpático, famoso e safado friozinho carioca. Na casa cheia (mas não lotada), um público bem heterogêneo, composto por famosos, alternativos blasé, gente enfurnada em casacos Adidas e playbas e patis que provavelmente nunca tinham ouvido falar do tal do "Djâstiss" e que se cruzavam o tempo todo.





Abrindo a noite, o MixHell foi um aquecimento e tanto. A dupla formada pelo ex-Sepultura Iggor Cavalera e sua esposa, Laima Layton, mostraram que o projeto em família não é uma incursão bobalhona e equivocada do baterista na música eletrônica não: Iggor se reveza o tempo todo entre a pilotagem das carrapetas com Laima e a bateria, onde acompanha com vigor o que Laima solta nas picapes. Rolou até um pseudo-sambão e um mix de "Kids" de MGMT. Saíram merecidamente aplaudidos...





E aí veio o Justice. Na verdade, antes veio a montagem do palco do Justice - que, com suas 18 (!!!!!!) caixas Marshall, prometiam ventar forte e causar surdez instantânea a quem ousasse ficar diante delas. Prenúncio de que o Circo, palco de tantas festas de funk, finalmente teria um sério pancadão como trilha.





Dali pra frente a festa se fez. Gaspard Augé e Xavier De Rosnay conduziram muito bem a platéia pelo mundo encantado de "Genesis", "Phantom" sons já conhecidos em pistas, iPods e podcasts de muita gente - ao menos de quem soltou a voz junto com os falantes ao ouvir pela primeira vez os versos "We are your friends/You'll never be alone again/So Come On". As frases de "Never Be Alone" cismavam em entrar em vários momentos da noite, invadindo outras músicas e só não foram mais saudadas do que "D.A.N.C.E.", a mais famosa da dupla.

Mas para o fim da apresentação, uma leve surpresa(?) : Gaspard e Xavier mandaram uma versão remixada de "Master of Puppets", do Metallica. Tijolaço que fez abrir rodinha de pogo! E digo "leve surpresa" porque os caras costumam fazer isso de vez em quando. Taí o YouTube que não me deixa mentir...

O único porém do show todo, creio eu, só afetou a mim. É que aquelas 18 caixas eram só elementos de cena. E como eu gosto de ouvir som alto, e vendo todo aquele paredão Marshall, fiquei na expectativa para ouvir o quanto esporrentos eles poderiam ser. Fiquei esperando a lona tremer, não tremeu, mas o público sim - e isso foi o que valeu. Assim, pés moídos, cabeças batidas e corpos suados depois de mais de 1h30 de show - contando o bis -, veio a evidência de que Gaspard e Xavier tinham de fato conquistado uns 1000 novos amigos. E que já estão querendo uma nova visita.

Após a despedida dos franceses, vieram os competentes cariocas do The Twelves não deixando o ritmo do público cair. Os que ficaram foram recompensados com pérolas como versões para os mais famosos remixes da dupla: os de "Boys", da M.I.A., e "I'm Not Gonna Teach Your Boyfriend How To Dance With You", dos Black Kids. Farra das boas!

E como uma batida vale mais do que oito parágrafos, um gostinho do que foi a noite: um trecho da apresentação do Justice no Circo. Aumentem esse som aí:



vídeo postado por pilulapop


P.S.: Hoje o Justice toca no Skol Beats. Paulistas e presentes, não percam a chance!

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