REFLEXÃO OLÍMPICA

É impressionante o poder que a Globo tem em ser careta mesmo quando usa uma tecnologia avançadíssima; e o melhor exemplo disso é essa tal tela digital interativa, lançada no Fantástico e usada em larga escala pelos apresentadores da casa nessa Olimpíada.



reprodução: Televisual


Poderia dar 535 motivos para dizer que esse hype do touchscreen é uma verdadeira palhaçada, mas falta tempo, saco - o meu e o de vocês - e boa parte das razões enumeradas por mim seriam inventadas, embora que com justiça. Pra facilitar, fico então com três delas:

1ª) Uma vez que você está de frente para a câmera - ou seja, para o telespectador -, não é uma boa idéia ficar de costas. Parece óbvio. E é. Ao menos pra mim;

2ª) Tecnologia é bacana quando é feita pra te servir, não pra você ostentar. Ou pelo menos, se for algo completamente dispensável, que pelo menos pareça indispensável. Uma vez que todo mundo sabe que o apresentador está instruído para chamar uma determinada matéria no touchscreen em vez de ter o poder de escolha pra decidir o que escolher no descolado índice do telão, clicar naquele iPod Touch gigante dá no mesmo do que chamar a matéria do jeito tradicional.

3ª) Sou louco por tecnologia, sei muito bem que aquilo lá é mesmo um touchscreen; porém, se alguém me dissesse que os apresentadores apenas fingem abrir e manipular aquela traquitana - algo parecido com a garota da meteorologia e a projeção das nuvens no mapa -, acreditaria numa boa. Ou em tempos de fogos de artifício artificiais vocês realmente acham impossível que isso pudesse acontecer?


Vejam vocês: tive a idéia deste post desde que vi a feiosa inovação no "Fantástico" de domingo; mas só me lembrei de vir escrevê-lo quando vi outra novidade no ar: uma câmera que grava 1000 quadros por segundo, que registrou o nado do grande Michael Phelps. Na teoria, oh, que incrível; na prática, um slow motion muito do chinfrim, que na verdade em pouco difere do usado nos documentários do Discovery Channel em que vemos serpentes abocanhando sapos, pegos em pleno salto. Como diria o moleque do velho comercial de presunto, "Tá querendo me enganar, é?". E o pior é que tá.

Só me resta, então, um clipe que tem tuuuuuuudo a ver (!) com o elefante jumbotron:




p.s.: Quem não faz idéia do que estou falando, é só clicar.