segunda-feira, 27 de abril de 2009

TRUE BLOOD x DEAD UNTIL DARK: DIFERENÇAS ENTRE O LIVRO E A SÉRIE



Nada como um feriado prolongado para se dar cabo de certas pendências. Neste que acabou de acabar eu finalmente terminei de ler "Dead Until Dark", o primeiro livro da série de Charlene Harris sobre a garçonete leitora de mentes Sookie Stackhouse e que, no ano passado, virou a (justamente) elogiada série "True Blood", produzida e exibida pela HBO.

Mesmo sendo inegavelmente uma adaptação de "Dead Until Dark", "True Blood" possui diferenças marcantes em relação à obra literária, implementadas pela mente criativa de Alan Ball, produtor/roteirista da série; e assim que terminou a primeira temporada da série, fiz questão de ler o livro para entender semelhanças e diferenças entre as histórias de Charlene e de Ball. Agora, terminado o livro, cumpro abaixo a promessa feita neste post aqui de relatá-las. Preciso dizer que teremos spoilers do livro e da série? Não, né? Então, lá vai:


PERSONAGENS - Quase todos os personagens de "True Blood" estão em "Dead Until Dark": além de Sookie e Bill, o casal principal - sendo ela a narradora da obra -, temos Jason, Sam, Adele Stackhouse, Andy e Terry Bellefleur, Arlene, Dawn, o psicopata René, os vampiro Eric, Diana, ... A destacada exceção ficam por conta de Tara, que simplesmente não existe no texto, assim como a esquisitona e misteriosa Maryann Forrester.

Alguns personagens do livro também não têm o mesmo destaque que possuem na TV. Charlene Harris não deu trela alguma para Lafayette, nosso querido Lafa, de longe o melhor personagem da série. Em "Dead Until Dark", ele não passa do excêntrico cozinheiro gay do Merlotte's, com pouquíssimas intervenções. Caso parecido com o da viciada em V e namorada de Jason Amy Burley. No livro, ela não é caçadora de vampiros e nem tem um romance mais sério com o irmão de Sookie.

Em compensação, "Dead Until Dark" oferece alguns personagens que nunca (ou ainda) não foram vistos em "True Blood". É o caso de JB du Rone, o galanteador primeiro namorado da garçonete; e o hilário Bubba, vampiro recrutado por Bill para tomar conta de Sookie quando ele precisa ir a Nova Orleans. Bubba é simplesmente o nome adotado por Elvis Presley (!!!) depois que foi transformado em vampiro por um fã seu que trabalhava no necrotério. Bubba é burro e meio bobalhão - supostamente, pela mistura causada a ele pelas pílulas, drogas, álcool -, não deve ser chamado por seu nome original e, por conta de seu sucesso pregresso, não pode aparecer em público. Em determinado momento, quando Bill confirma a Sookie que Bubba é Elvis, ele diz: "Agora você sabe que alguns relatos de pessoas que o viram depois da morte são verdadeiros". Inusitado, tarantinesco, excelente.


HISTÓRIA PRINCIPAL - No primeiro livro da série de Sookie Stackhouse, Charlene Harris praticamente divide sua trama entre os altos e baixos do romance de Sookie e Bill e os ataques do psicopata que mata as admiradoras de vampiros de Bon Temps. Em alguns momentos, a autora ainda se permite mergulhar em histórias mostradas muito en passant na série, como a de Bartlett, o tio pedófilo de Sookie e Jason.

No entanto, outras excelentes tramas não são contadas da forma devida - por exemplo, a história da transformação de Bill em vampiro é mais detalhada na série do que no livro, em que é apenas mencionada; no entanto, não se pode fazer uma avaliação maior sobre esse assunto pois é possível que esse relato apareça mais bem desenvolvido noutro livro da coleção.

Em "Dead Until Dark" não há tanto destaque para o que eu chamo de "história social" dos vampiros. O partido político deles não é mencionado, e nem a Irmandade do Sol, grupo religioso antivampiresco que, na reta final da primeira temporada de "True Blood", começa a conquistar a simpatia de Jason. Falando no irmão de Sookie, ele não usa V - aliás, V não é explorado como droga no livro, mas nele Sookie bebe sangue de vampiro diversas vezes, se tornando mais bela e mais forte.


Não dá para não citar uma passagem de "Dead Until Dark" que foi modificada na série, dando à história elementos inéditos em relação ao livro: no texto de Charlene Harris, quando Sookie é atacada por LongShadow por "entregá-lo" como autor do golpe no caixa do Fangtasia, quem mata o vampiro barman é o próprio Eric. Na série, como sabemos, foi Bill o autor do crime que o levou ao julgamento e à punição de transformar Jessica em vampira e pajeá-la.

***


A conclusão que tiro após a primera temporada de "True Blood" e o livro inicial da série de Sookie Stackhouse é que as duas histórias são muitíssimo bem contadas e merecem ser conferidas. Acredito que a maioria dos que me leem viram antes "True Blood", e deixo para eles a recomendação de lerem Charlene Harris, dona de um texto que flui como sangue de hipertenso na jugular; e para os que não acompanharam a versão televisiva da história dela, o trabalho de Alan Ball é tão primoroso que fez com que "True Blood" não apenas fosse uma bela adaptação, mas bem mais do que isso. Não há dúvida: entre "Dead Until Dark" e "True Blood", fique com ambos.

4 comentários:

Fernanda Costalonga disse...

é só vc não escrever sobre Lost que eu concordo contigo hehehehehe
eu também adorei os dois, só fiquei um pouco decepcionada com o final da série vc sabe por quê, mas mesmo assim estou bem ansiosa pela segunda temporada....
E como eu não tenho o segundo livro não vai mais rolar essa comparação :-)
Beijos!

Carolina disse...

Carlão, você como sempre certeiro nos posts. Muito bom. Vou começar a ler o meu neste final de semana, sem f-a-l-t-a.
Abraço

Alan Ongaro disse...

Prometeu e cumpriu!

Ótimo post C.A.! vc pensa em fazer uma cobertura de todos os episódios da segunda temporada, aqui no blog??

Abraço.

Kaká disse...

também terminei o livro esse fim de semana e escrevi um post sobre o mesmo assunto, mas o seu é beeem mais completo. :) vou até colocar um link lá.

Não aguentei e já comecei a ler o segundo. hehehe

bjs

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