quarta-feira, 17 de junho de 2009

OS HERÓIS DO CINEMA DEVEM ENVELHECER?

Em um vídeo do site BBC News publicado nesta segunda, o ator Shia LeBeouf - que em "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" viveu Mutt Williams, filho de Indiana Jones - confirma que Steven Spielberg já tem prontas as ideias centrais do quinto filme de Indy e que ele já estaria dando vida a essa nova aventura do arqueólogo. O bom blog de cinema The Playlist caiu de pau na iniciativa de Spielberg com este post, intitulado "Frightening: 'Indiana Jones 5' could be a reality" ("Assustador: 'Indiana Jones 5' pode se tornar uma realidade").

Sem querer entrar no(s) (de)mérito(s) de "Indiana Jones e o Reino da Caveira de Cristal" - do qual gostei -, fiquei imaginando se um dia Steven Spielberg tivesse a absurda ideia de selecionar outro ator para viver Indy, só pra garantir uma vida ainda mais longa e próspera ao personagem. Como acabo de dizer e faço questão de repetir, odiaria que isso acontecesse, pois Indiana é Harrison Ford e ponto. Mas aí penso que toda criança/adolescente que nasceu longe dos anos 80 deveria ter o direito de ver no cinema um dos melhores heróis de todos os tempos, se não o melhor. Bem ou mal, essa política de renovação/perenidade do personagem funciona com um outro mito do cinema: Bond, James Bond.

Voltando a falar de Indiana Jones e pensando na forte possibilidade de um quinto filme dele, digo que sou favorável, desde que a história se adeque à realidade de um arqueólogo sessentão, longe de qualquer chance de realizar as proezas físicas vistas em seus três primeiros longas. E não só sobre Indy mas de forma geral, a idéia de ter heróis envelhecendo, na minha opinião, é extremamente interessante. Nos quadrinhos, me recordo de "O Cavaleiro das Trevas", clássica obra de Batman assinada por Frank Miller que mostra o Homem Morcego no retorno à ativa dez anos depois de se aposentar; e sobre "O Reino da Caveira de Cristal", lembro de que o envelhecimento de Indy rendeu bons momentos na trama e a permeou de um jeito certinho... Então, por que não funcionaria de novo, com roteiro e direção bem feitos?

Por outro lado, em respeito ao histórico de excelentes serviços prestados e por toda a reverência devida a Indy, também entendo os que defendem que o personagem e sua franquia precisam ser preservados ao máximo para que não haja a menor chance de que ambos caiam em ridículos que poderiam ser plenamente evitáveis. Um novo filme é sempre um risco à reputação do sujeito de chicote - que, pra mim, segue intocável após quatro longas. Mas o que não falta é gente discordando dessa opinião...

Como o debate é bom demais pra ficar só comigo, o convite está feito pra vocês se manifestarem a respeito do tema nos comentários deste post e na enquete que postei aí na coluna da direita: afinal, personagens clássicos do cinema podem mudar de intérpretes ou não? Eu digo que não, mas este sou eu.

6 comentários:

Michelle disse...

se eles tivessem q envelhecer, michael keaton ainda faria o batman!

marcomonteiro disse...

É óbvio que as coisas não são assim tão lineares quanto isso... se a pergunta é? devem os heróis envelhecer? a resposta é sim... mas um bom exemplo de mudança de actores é sem dúvida James Bond, onde este muda de tanto em tanto tempo, mas como disse o actor num dos últimos filmes, os 00 são conhecidos por terem uma esperança média de vida muito curta. agora se falamos de indy, obviamente que ele não deve ser substituído, quanto muito a historia pode continuar e passar o testemunho ao seu filho ou algo do género, mas só quando ele já tiver passado do 30 :P

LAÍS disse...

Definitivamente,cada caso é um caso.007 por exemplo,acho que sempre funcionou essa troca pelo fato de que a cada novo filme todos os personagens eram outros,a história era completamente nova.Agora, filmes que tem sequências,onde não só o protagonista mas como outros pesonagens entram na continuação,ai acho que não da certo trocar.Homem-Aranha por exemplo( que alias,é meu filme preferido embora eu não tenha 8 anos e sim 20 ) jamais admitiria que o Peter Parker fosse interpretado por outra pessoa que não fosse Tobey Maguire.Da mesa forma funciona com Indy Jones, outro ator, não dá.Penso sim nas gerações futuras mas nada que um DVDezinho guardado no baú não resolva...

LAÍS disse...

Ahh, pensei em outro argumento,veja só: Quando um história é contada por um diretor e as sequências do filme são dirigidas por esse mesmo diretor,não dá para trocar. É por isso que a troca sempre funcionou com Batman (e não funcionará mais já que Nolan resolveu abraçar a causa de vez)e 007.E nunca funcionará com Indy Jones nem com Homem-Aranha.
*OBS: Tirei essa conclusão do nada ontem enquanto comia Doritos.

Carla disse...

Há! Eu que digo: você tem um blog!

Saudades tb, já te add no gtalk, ok?

bjão!

Gabriela Spinola disse...

Pra mim, depende, um personagem mudar de ator. Depende de quão bom era o ator anterior, de quão boa é a direção do filme, o roteiro, etc. Não podemos avaliar só pelos atores e pelo fandom, temos que ver também o conjunto da obra. E não só para filmes, séries também. Às vezes, muda um personagem aqui, outro ali, e isso pode ser um desastre se não bem-administrado.

Nos filmes, o maior exemplo é o 007. Para mim, Sean Connery é o 007, e não o personagem de Ian Fleming. Mas, um tempo depois, veio Pierce Brosnan, que além de lindo e ótimo ator, soube submeter-se ao personagem, e não o contrário. Já Daniel Craig, falta carisma e muita, muita personalidade para criar seu próprio James Bond.

Harry Potter é outro caso. O Daniel Radcliffe é Harry Potter, ninguém lembra dele como o carinha doido de "Equus", se tirassem ele, metade do fandom juraria guerra à Warner. Mas quem já tá de saco cheio dele levanta a mão! o/ E, ah, a Warner já ferrou os filmes mesmo...

Nas séries, o exemplo mais óbvio é "ER". Todo o elenco foi trocado milhares de vezes, e nem sempre para melhor. Geralmente, quanto mais recente os personagens eram, mais "pobres" eram as atuações. Mas, com o tempo, tudo melhora, não? Vejam Abby, Luka, Tony, Sam, Neela, Archer e cia., como terminaram a última temporada melhor que começaram...

Um caso interessante nas séries é Criminal Minds. Eu ia citar Bones, mas é basicamente o mesmo caso, só mudam os atores e personagens (e Cam Saroyan não é nem um pouco tão brilhante quanto Emily Prentiss, vamulá). Em CM, já na 1ª temporada, foram desfalcados com a saída de Lola Glaudini, que resolveu fazer um favor para a humanidade e se mudar de LA, sendo substituída por Paget Brewster, a melhor coisa que jáaconteceu à série nesses 5 anos de exibição. Depois, o egocêntrico Mandy Patinkin saiu, dando lugar ao Joe Mantegna, que consegue sem mala em todo papel que faz, mas que conquistou 99% dos espectadores ao afzer o papel de paizão no 4x17 e 4x18.

Até na música isso de substituição é bem visível: Oasis! Temos outras bandas com "divergências criativas", mas o caso clássico é dos irmãos de Manchester, que tocam juntos desde os demos de 1990, expulsaram o baterista Tony McCaroll por Alan White em 1995 (ele era um pé-no-saco, admitamos), depois chutaram os respectiavmente guitarrista e baixista Paul "Bonehead" Arthurs e Paul McGuigan, que foram substituídos por Colin "Gem" Archer e Andy Bell. Por fim, Alan White saiu em 2005, sendo ddubstituído pelo Zack Starkey, herdeiro dos Beatles, q depois foi substituído por Christian Sharrock, que ainda não foi substituído por ninguém. E os Gallagher continuam muito bem.

Resumindo a ópera: substituições funcionam, sim. Mas depende do caso. Eu prefiro que se substituam atores, personagens, músicos, etc., do que se desgastem e que acabe tudo virando um desastre. Ou alguém ainda gosta de ouvir o Bono falar de política e pobreza?

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