Semana de grandes comemorações para quem ama datas. Ontem foi o Dia do Flamenguista - sim, está no calendário oficial do município do Rio -, mas como todo bom rubro-negro sei que, na verdade, esse dia acontece 364 vezes por ano...
Paixão clubística à parte, hoje o feriado homenageia o livro. E sou mais um dos que ficam indignados a ver a falta de estímulo à leitura - algo que me irrita tanto quanto aqueles de discurso retrógrado de que videogame, computador, TV etc. desestimulam o hábito de ler. Besteirada, e eu mesmo sou prova disso. Se te põem livros ao seu alcance desde a infância, você vai acabar lendo. E quem diz que não gosta de ler também está falando besteira. Pra mim, não é que você não goste: é que ainda não achou o tipo de leitura que te agrada. E penso exatamente do mesmo jeito com música, cinema e séries de TV.
Desde moleque eu leio. Livros, quadrinhos, bulas, composições químicas de comida encaixotada e enlatada. E pra comemorar o Dia Nacional do Livro, levanto a bola entre os leitores do Rodando: o que vocês andam lendo de interessante?
O meu livro do momento - quer dizer, o "principal", já que sempre leio mais de um ao mesmo tempo - é um achado. Outro dia fui à Livraria da Travessa daqui do Barrashopping e decidi que sairia de lá com um livro, confiando inicialmente no meu instinto e na sugestão de um professor da faculdade para fazer minha escolha. Uma vez esse tal professor disse que tinha um carinho especial pelos títulos das obras, pois muitas vezes antecipam o bom gosto do escritor, dando assim uma boa dica sobre o que esperar da história que batiza. Resolvi ir na dele - de vez em quando faço isso - e, novamente, me dei bem.
O escolhido foi "Extremamente Alto & Incrivelmente Perto", de Jonathan Safran Foer. A obra conta a história de Oskar, um menino de Nova York extremamente inteligente que acaba de perder o pai, ao qual era muito ligado. Uma das brincadeiras favoritas dos dois era a de explorar o Central Park, procurando mistérios imaginários. E um belo dia, Oskar encontra no closet do pai uma chave e uma única pista sobre sua fechadura: no verso do envelope em que se encontrava, a palavra "black" ("negro"). E lá se vai o menino em sua nova odisséia - desta vez, sozinho.
Ainda estou no comecinho, mas já estou encantado pelo garoto. Irrequieto, imaginativo, inquisitivo, curioso ao extremo. Ele gosta de percussão, cosmologia, é apaixonado pela França, faz invenções e colecões de selos e moedas raras... e é solitário, algo melancólico e de uma inteligência assustadora, ainda que infantil. A narrativa de Foer é bem verossímil, fugindo de um sentimentalismo fácil e criando muito bem o imenso universo de um garoto esperto demais.
Agora, reforço a pergunta: qual(is) o(s) livro(s) que anda(m) frequentando as cabeceiras de vocês?
quarta-feira, 29 de outubro de 2008
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8 comentários:
Ultimamente, quando os trabalhos e os livros da faculdade dão uma folga, estou lendo "Hitchcock/Truffaut: Entrevistas", excelente livro com a transcrição de uma longa rodada de entrevistas feitas por François Truffaut com Alfred Hitchcock. Muito bom, Hitchcock fala de tudo sobre a carreira dele, desde o ínicio, pra quem é fã de cinema e principalmente de Hitchcock, é imperdível.
CA esse livro do Jonathan Safran Foer é muito bom! Eu comprei em inglês numa viagem que fiz, já tinha lido Tudo se Ilumina também dele, mas confesso que comprei esse novo pelo título que achei genial e depois porque vi que ele era meio interativo com fotos. Adoro quando o Oskar diz que tem heavy boots (não sei como traduziram.)
Na minha cabeceira tem permanente The Complete Beatles Chronicle, adoro ver as fotos e ler sobre as músicas. Terminei ontem um chamado E nós chegamos o fim, o que esse tem de mais interessante é que é todo narrado na terceira pessoa, e é sobre uma agência de publicidade, eu daria um 7 para esse livro.
O próximo é Como Me Tornei Estúpido do Martin Page (já falei de outro livro dele aqui que tem um título ótimo: A gente se acostuma com o fim do mundo). E estou esperando chegar Infinite Jest do David F Wallace (que se matou uns meses atrás)- já tinham me indicado antes dele morrer.
Resolvi (re)ler DOM CASMURRO, empolgado com as celebrações em torno de Machado de Assis. Resolvi fazer isso também pq quando li o livro, nos idos de 1995, eu li obrigado pela escola e, claro, odiei. Mas agora tem sido uma leitura das mais agradáveis. É impressionante a capacidade que Machado de Assis tem de detalhar cenários e personagens e de utilizar a linguagem a favor do leitor e nunca contra ele. Recomendo!
Nossa Carlão, eu AMO o Jonathan Safran Foer, os dois livros dele, o livro da esposa dele (procura, chama A História do Amor, é lindo). O Extremamente Alto é meu preferido. Eu lia e chorava de soluçar. Amo! Tomara que você goste, depois me conta :)
eu AMEI esse livro!
Matheus, deve ser bom mesmo...
Kaká, depois conta mais. Já vi que nossos gostos são parecidos!
Raul, muitos livros que a escola manda a gente ler passam batidos pelo nosso gosto pelo incômodo da obrigação e também pelo fato de simplesmente não estarmos maduros o suficiente para alguns textos...
Lija e Giovanna, já estou adorando... E bom vê-las por aqui! :)
hm, deve ser bom esse livro... mas umtimamente eu tenho lido um do Jo soares, Assassinatos na Academia Brasileira de Letras, e também - a desespero da minha mãe, tenho lido historias em quadrinhos, na - esmagadora - maioria de super-heróis, tipo batman, lanterna verde, vingadores e afins!
Olá Carlos, no momento estou lendo Alta Fidelidade - Nick Hornby, será que sou a única que não assistiu ao filme ? Ontem chegou as minhas mãos Morto até o Anoitecer, estou viciada em True Blood, e não resisti, li o finalzinho, agora já sei quem mata, como odeio meu péssimo hábito, vc também tem dessas esquisitisses, porque eu sempre leio o final do livro, por mais que tente me segurar. Adoro seus blogs e podcasts !!
Bjos !!!
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